fevereiro 12, 2009

20. O que é a Paz de Deus?

Foi dito que há uma espécie de paz que não é deste mundo. Como é reconhecida? Como é encontrada? E, tendo sido encontrada, como pode ser mantida? Vamos considerar cada uma destas questões separadamente, pois cada uma reflete um estádio diferente ao longo do caminho. 2. Em primeiro lugar, como é que a paz de Deus pode ser reconhecida? A paz de Deus é reconhecida, primeiramente, por uma única coisa: em todos os aspectos não é, absolutamente, como nenhuma das experiências anteriores. Não traz à mente nada do que se passou antes. Não traz consigo nenhuma associação passada. É uma coisa inteiramente nova. Existe um contraste, sim, entre essa coisa e o passado. Mas, estranhamente, não é um contraste de diferenças verdadeiras. O passado apenas se esvai e, para o seu lugar, vem a quietude que dura para sempre. Só isto. O contraste percebido no início, simplesmente, desapareceu. A quietude alcançou todas as coisas e cobriu-as. 3. Como se encontra esta quietude? Ninguém que se limite a procurar as suas condições pode falhar em encontrá-la. A paz de Deus nunca pode vir até onde está a raiva, pois a raiva, necessariamente, nega que a paz exista. Quem considera a raiva justificada de qualquer modo ou em qualquer circunstância, proclama que a paz não tem significado e tem de acreditar que não pode existir. Nestas condições, a paz não pode ser encontrada. Por conseguinte, o perdão é a condição necessária para se encontrar a paz de Deus. Mais: dado o perdão, tem de haver paz. Pois o que é que, além do ataque, levará à guerra? E o que é que, além da paz, é o oposto da guerra? Aqui, o contraste inicial mostra-se de forma clara e aparente. No entanto, quando se encontra a paz, a guerra é sem significado. E, agora, é o conflito que é percebido como inexistente e irreal. 4. Como é que se mantém a paz de Deus uma vez encontrada? O regresso da raiva, sob qualquer forma, mais uma vez fará cair a pesada cortina e com certeza regressará a crença em que a paz não pode existir. A guerra é aceite, de novo, como única realidade. Agora, tens que voltar a empunhar a tua espada, embora não reconheças que o tenhas feito. Mas aprenderás ao lembrares-te, ainda que vagamente agora, como a felicidade era tua sem a espada e, portanto, não podes deixar de teres voltado a usá-la como defesa. Pára um momento agora e pensa nisto: é o conflito que queres ou a Paz de Deus é uma escolha melhor? O que te dá mais? Uma mente tranqüila não é uma dádiva pequena. Não preferirias viver em vez de escolher morrer? 5. Viver é alegria mas a morte só pode chorar. Vês na morte uma fuga para o que fizeste. Mas não vês que fizeste a morte e que ela não passa da ilusão de um fim. A morte não pode ser a saída porque não é na vida que está o problema. A vida não tem opostos, pois é Deus. Vida e morte parecem ser opostos porque tu decidiste que a morte põe fim à vida. Perdoa ao mundo e compreenderás que tudo o que Deus criou não pode ter fim e nada que Ele não tenha criado é real. Nesta única frase o nosso curso é explicado. Nesta única frase se dá a direção única da nossa prática. E nesta única frase está todo o ensinamento do Espírito Santo, especificado exatamente como é. 6. O que é a paz de Deus? Nada mais do que isto: a compreensão de que a Sua Vontade é totalmente sem opostos. Não existe nenhum pensamento que contradiga a Sua Vontade e, ainda assim, possa ser verdadeiro. O contraste entre a Vontade de Deus e a tua apenas aparentava ser realidade. Na verdade, não havia conflito, pois a Sua Vontade é a tua. Agora, a poderosa Vontade do próprio Deus é a Sua dádiva para ti. Ele não pretende guardá-la para Si Mesmo. Por que razão pretenderias tu manter à parte Dele as tuas diminutas e frágeis concepções imaginárias? A Vontade de Deus é uma só e é tudo o que existe. Esta é a tua herança. O universo além do sol e das estrelas e todos os pensamentos que és capaz de conceber pertencem-te. A paz de Deus é a condição para a Sua Vontade. Atinge a Sua paz e lembrar-te-ás Dele.