fevereiro 12, 2009

17. Como os professores de Deus lidam com pensamentos mágicos?

Como é que os professores de Deus lidam com os pensamentos mágicos? 1. Esta é uma questão crucial tanto para o professor de Deus como para o aluno. Se este assunto for tratado incorretamente, o professor de Deus fere-se a si mesmo e também ataca o seu aluno. Isto fortalece o medo e faz com que a magia pareça bastante real para ambos. Assim, como lidar com a magia vem a ser uma lição fundamental que o professor de Deus deve dominar. A sua primeira responsabilidade em relação a isto é não a atacar. Se um pensamento mágico faz surgir qualquer forma de raiva, o professor de Deus pode estar certo de que está a dar força à sua própria crença no pecado, tendo-se condenado a si mesmo. Também pode estar certo de que está a pedir que a depressão, a dor, o medo e o desastre venham até ele. Que se lembre, então, de que não é isso que quer ensinar, pois não é isso o que quer aprender. 2. Há, porém, uma tentação de responder à magia através de uma forma que a reforça. E isto nem sempre é óbvio. De fato, pode ocultar-se facilmente sob um desejo de ajudar. É esse desejo duplo que faz com que a ajuda seja de pequena valia e não possa deixar de produzir resultados indesejados. Também não se deve esquecer que o resultado sempre virá, tanto para o professor como para o aluno. Quantas vezes já foi enfatizado o fato de que só dás a ti mesmo? E onde é que isto poderia ser melhor demonstrado do que nos tipos de ajuda que o professor de Deus dá a quem necessita do seu auxílio? Aqui, a sua dádiva é dada a ele próprio da maneira mais clara possível. Pois ele dará somente o que escolheu para si mesmo. E, nessa dádiva, está o seu julgamento sobre o Filho santo de Deus. 3. É mais fácil deixar que o erro seja corrigido onde é mais aparente, uma vez que os erros podem ser reconhecidos pelos seus resultados. Uma lição verdadeiramente ensinada só pode levar à libertação do professor e do aluno, os quais compartilham uma só intenção. O ataque só pode ocorrer se a percepção de metas separadas já tiver ocorrido. E, de fato, é isso que não pode deixar de ter acontecido se o resultado for qualquer outra coisa que não alegria. O objetivo único do professor orienta a meta dividida do aluno numa única direção, pelo que o pedido de ajuda torna-se o único apelo do aluno. Então, isto é facilmente respondido com uma única resposta, a qual não falhará em vir à mente do professor. Desde aí, ela brilha na mente do seu aluno, fazendo com que seja una com a sua. 4. Talvez seja útil lembrar que ninguém pode ter raiva de um fato. É sempre uma interpretação que faz surgir emoções negativas, independentemente da sua aparente justificação pelo que parecem ser os fatos. Independentemente, também, da intensidade da raiva provocada. Pode ser apenas uma leve irritação, talvez leve demais para ser claramente reconhecida. Ou também pode tomar a forma de intensa ira, acompanhada de pensamentos de violência, fantasiados ou aparentemente encenados. Não importa. Todas essas reações são a mesma. Obscurecem a verdade, e isso nunca pode ser uma questão de grau. A verdade ou é aparente ou não é. Não pode ser parcialmente reconhecida. Aquele que não está ciente da verdade não pode deixar de contemplar ilusões. 5. A raiva, enquanto resposta aos pensamentos mágicos percebidos, é uma causa básica do medo. Considera o que significa esta reação, e logo passa a ser aparente a sua posição central no sistema de pensamento do mundo. Um pensamento mágico, pela sua simples presença, demonstra que houve uma separação de Deus. Declara, da forma mais clara possível, que a mente que acredita ter uma vontade capaz de se opor à Vontade de Deus, acredita igualmente que pode ter sucesso. É óbvio que isto dificilmente pode ser um fato. Entretanto, é igualmente óbvio que se pode acreditar nisto como sendo um fato. E aqui está o berço da culpa. Quem usurpa o lugar de Deus e o toma para si, engendra um «inimigo» mortal. E tem de ficar sozinho para se proteger e fazer um escudo para si mesmo, a fim de se resguardar de uma fúria que nunca poderá ser abatida e de uma vingança que jamais poderá ser satisfeita. 6. Como é possível que esta batalha desigual seja resolvida? O seu fim é inevitável, pois o resultado tem de ser a morte. Como é que, então, se pode acreditar nas suas defesas? Mais uma vez, a magia precisa de dar uma ajuda: esquece a batalha. Aceita-a como um fato e, depois, esquece-a. Não te lembres do que te pode acontecer. Não te lembres da imensidão do «inimigo» e não penses na tua fragilidade em comparação com ela. Aceita a tua separação, mas não te lembres de como surgiu. Acredita que a venceste, mas não retenhas a mais leve lembrança de Quem realmente é o grande «oponente». Ao projetares o teu «esquecimento» Nele, tens a sensação de que Ele também se esqueceu. 7. Mas, uma vez chegados a este ponto, qual será a tua reação a todos os pensamentos mágicos? Eles só podem redespertar a culpa adormecida, que ocultaste, mas não soltaste. Cada um deles diz claramente à tua mente assustada: «Tu usurpaste o lugar de Deus. Não penses que Ele se esqueceu». Aqui temos o medo de Deus mais nitidamente representado. Pois neste pensamento, a culpa já ergueu a loucura ao trono do próprio Deus. E, agora, não há nenhuma esperança. A não ser matar. Eis aqui, pois, a salvação. Um pai enraivecido persegue o seu filho culpado. É Matar ou ser morto, dado que a escolha está apenas nisso. Além desta, não há outra, já que o que foi feito não pode ser desfeito. A mancha de sangue jamais poderá ser removida e qualquer um que carregue essa mancha em si mesmo não pode deixar de encontrar a morte. 8. Ao encontro desta situação sem esperança, Deus envia os Seus professores. Eles trazem a luz da esperança do próprio Deus. Há um caminho através do qual é possível escapar. Tal caminho poder aprendido e ensinado, mas isso requer paciência e disponibilidade em abundância. Quando isto é dado, a simplicidade manifestada na lição destaca-se como uma intensa luz branca contra um horizonte negro, pois é isso que ela é. Se a raiva decorre de uma interpretação e não de um fato, ela nunca é justificável. Uma vez isto percebido, mesmo que vagamente, o caminho está aberto. Agora, é possível dar o passo seguinte. A interpretação pode ser mudada, afinal. Pensamentos mágicos não têm de levar à condenação, uma vez que, realmente, não têm o poder de fazer surgir a culpa. E, assim, podem não ser vistos e, portanto, verdadeiramente esquecidos. 9. A loucura apenas parece terrível. Na verdade, não tem poder para fazer seja o que for. Tal como a magia, que vem a ser a sua serva, a loucura não ataca nem protege. Vê-la e reconhecer o seu sistema de pensamento é olhar para o nada. Pode o nada fazer surgir a raiva? Dificilmente. Lembra-te, então, professor de Deus, de que a raiva veicula uma realidade que não existe; no entanto, a raiva testemunha claramente que a consideras como um fato. Agora, escapar é impossível até que vejas que respondeste à tua própria interpretação, a qual projetaste sobre o mundo exterior. Permite que esta espada sombria seja afastada de ti, agora. A morte já não existe. Esta espada não existe. Não há causa para o medo de Deus. Mas o Seu Amor é a Causa de todas as coisas que estão para além do medo e, assim, para sempre real e para sempre verdadeiro.