fevereiro 12, 2009

19. O que é a justiça?

Justiça é a correção divina para a injustiça. Injustiça é a base de todos os pensamentos do mundo. A justiça corrige as interpretações que a injustiça faz surgir e cancela-as. No Céu não existe nem justiça nem injustiça, pois o erro é impossível e a correção não tem significado. Nesse mundo, entretanto, o perdão depende da justiça, já que qualquer ataque só pode ser injusto. A justiça é o veredicto do Espírito Santo sobre o mundo. Excepto no Seu julgamento, a justiça é impossível, pois ninguém no mundo é capaz de fazer somente interpretações justas e deixar de lado todas as injustiças. Se o Filho de Deus fosse julgado com justiça, não haveria necessidade de salvação. O pensamento da separação teria sido para sempre inconcebível. 2. A justiça, como o seu oposto é uma interpretação. É, porém, a única interpretação que conduz à verdade. Isto vem a ser possível porque, embora não seja verdadeira em si mesma, a justiça nada inclui que se oponha à verdade. Não há nenhum conflito inerente entre justiça e verdade; uma é apenas o primeiro pequeno passo em direção à outra. O atalho passa a ser bastante diferente à medida em que é percorrido. E, do ponto de partida, não seria possível predizer toda a magnificência, a grandeza do cenário e a enorme perspectiva que se abre nas paisagens que surgem para saudar aquele que segue o seu caminho. E, no entanto, mesmo estas, cujo esplendor atinge alturas indescritíveis à medida em que se prossegue, estão muito aquém de tudo o que nos espera quando o atalho termina e, com ele, o tempo chega ao fim. Mas é preciso começar em algum ponto. A justiça é o início. 3. Todos os teus conceitos e os dos teus irmãos, todos os medos de estados futuros e todas as preocupações acerca do passado brotam da injustiça. Essa é a lente que, colocada diante dos olhos do corpo, distorce a percepção e traz o testemunho do mundo distorcido de regresso à mente que fez a lente e lhe atribui grande valor. Todos os conceitos do mundo são assim construídos seletiva e arbitrariamente. «Pecados» são percebidos e justificados por uma seleção cuidadosa, na qual qualquer pensamento de integridade tem de ser perdido. O perdão não tem espaço neste esquema, pois qualquer «pecado» aparenta ser sempre verdadeiro. 4. A salvação é a justiça de Deus. Restaura, na tua consciência, a integridade dos fragmentos que percebes como quebrados e separados. E é isto que supera o medo da morte. Pois fragmentos separados têm de cair e morrer, mas a integridade é imortal. Permanece para sempre como o seu Criador, sendo una com Ele. O Julgamento de Deus é a Sua justiça. Sobre isto - um Julgamento totalmente isento de condenação, uma avaliação totalmente baseada no amor - projetaste a tua injustiça, dando a Deus as lentes da percepção distorcida através das quais tu olhas. Agora, elas pertencem a Deus e não a ti. Tens medo Dele e não vês que odeias e tens medo do teu Ser como de um inimigo. 5. Reza pela justiça de Deus e não confundas a Sua misericórdia com a tua própria insanidade. A percepção pode fazer qualquer imagem que a mente deseje ver. Lembra-te disto. Nisto está o Céu ou o inferno, conforme a tua opção. A justiça de Deus aponta para o Céu apenas porque é inteiramente imparcial. Aceita todas as evidências que são trazidas diante dela, sem nada omitir e sem nada considerar separado ou à parte de tudo o resto. Só desde este ponto de vista, e somente deste, é que ela julga. Aqui, qualquer ataque ou condenação deixa de ter significado e é indefensável. A percepção descansa, a mente aquieta-se e a luz volta outra vez. A visão, agora, é restaurada. O que havia sido perdido, agora foi encontrado. A paz de Deus desce sobre o mundo inteiro e nós podemos ver. E nós podemos ver!