fevereiro 12, 2009

Introdução


O sentido do ensino e do aprendizado está, de fato, revertido no pensamento do mundo. A reversão é típica. Parece que o professor e o aluno estão separados, o professor dando algo ao aluno ao invés de a si mesmo. Além disso, o ato de ensinar é considerado uma atividade especial na qual a pessoa investe apenas uma proporção relativamente pequena do seu tempo. O curso, ao contrário, enfatiza que ensinar é aprender, de tal modo que professor e aluno são a mesma coisa. Enfatiza também que ensinar é um processo constante; acontece a cada momento do dia e continua também nos pensamentos durante o sono. Ensinar é demonstrar. Existem somente dois sistemas de pensamento e a todo momento demonstras que acreditas que um ou outro é verdadeiro.
A partir da tua demonstração outros aprendem e tu também. A questão não é se vais ou não ensinar, pois nisso não há escolha. O propósito do curso é, digamos, prover para ti um meio de escolheres o que queres ensinar com base naquilo que queres aprender. Não podes dar a outra pessoa, mas só a ti mesmo e isso aprendes através do ensino. Ensinar é apenas um chamado para que testemunhas atestem o que acreditas. É um método de conversão. Isso não se faz apenas com palavras. Para ti qualquer situação tem que ser uma oportunidade de ensinar aos outros o que és e o que eles são para ti. Não mais do que isso, mas também nunca menos. O currículo que estabeleces é, portanto, exclusivamente determinado pelo que pensas que és e pelo que acreditas que seja para ti o relacionamento com os outros. Na situação formal de ensino, estas questões podem não ter nenhuma relação com o que pensas que estás ensinando. No entanto, é impossível não usar o conteúdo de qualquer situação a favor do que realmente ensinas e, portanto, realmente aprendes. Para isso, o conteúdo verbal do teu ensinamento é bastante irrelevante. Pode coincidir com ele ou não. É o ensinamento subjacente ao que dizes que te ensina. O ensino apenas reforça o que acreditas a teu respeito. O seu propósito fundamental é diminuir a dúvida de ti mesmo. Isso não significa que o ser que estás tentando proteger seja real. Mas significa que o ser que pensas que é real é o que ensinas. Isso é inevitável. Não é possível escapar disso. Como poderia ser diferente? Todas as pessoas que seguem o currículo do mundo e todos aqui o fazem até que mudem as suas mentes, ensinam apenas para convencerem-se de que são o que não são. Nisso está o propósito do mundo. Nesse caso, o que mais poderia ser o currículo do mundo? À essa situação de aprendizado fechada e sem esperança, que nada ensina além de desespero e morte, Deus envia os Seus professores. E à medida em que ensinam as Suas lições de alegria e esperança, o seu aprendizado finalmente vem a ser completo. Exceto pelos professores de Deus haveria pouca esperança de salvação, pois o mundo do pecado pareceria para sempre real. Os que se auto-enganam têm que enganar, pois têm que ensinar o engano. O que mais é o inferno, exceto isso? Esse é um manual para os professores de Deus. Eles não são perfeitos, se fossem não estariam aqui. No entanto, a sua missão é virem a ser perfeitos aqui e assim ensinam a perfeição repetidamente, de muitas e muitas maneiras, até que a tenham aprendido. E então não mais são vistos, embora seus pensamentos permaneçam como uma fonte de força e verdade para sempre. Quem são eles? Como são escolhidos? O que fazem? Como podem realizar a própria salvação e a salvação do mundo? Esse manual tenta responder a estas perguntas.

1. Quem são os professores de Deus?

Professor de Deus é qualquer um que escolha sê-lo. Suas qualificações consistem somente nisso: de algum modo, em algum lugar, ele fez uma opção deliberada na qual não viu seus interesses como se estivessem à parte dos de outra pessoa. Uma vez que tenha feito isso, a sua estrada está estabelecida e a sua direção assegurada. Uma luz penetrou nas trevas. Pode ser uma única luz, mas é suficiente. Ele entrou em um acordo com Deus, mesmo se ainda não acredita Nele. Veio a ser um portador da salvação. Veio a ser um professor de Deus. Eles vêm de todas as partes do mundo. Vêm de todas as religiões e de nenhuma. Eles são aqueles que responderam. O Chamado é universal. Ele acontece durante todo o tempo em toda parte. Chama professores que falem por Ele e redimam o mundo. Muitos o ouvem, mas poucos responderão. Todavia, tudo é uma questão de tempo. Todos responderão no final, contudo o final pode estar ainda distante, muito distante. É por isso que o plano dos professores foi estabelecido. A sua função é ganhar tempo. Cada um começa como uma única luz, mas, com o Chamado no seu centro, é uma luz que não pode ser limitada. E cada uma economiza mil anos segundo o que o mundo julga acerca do tempo. Para o Chamado em Si mesmo, o tempo não tem nenhum significado. Há um curso para cada professor de Deus. A forma do curso varia muito. Assim como os recursos específicos envolvidos no ensino. Mas o conteúdo do curso nunca muda. Seu tema central sempre é: “o Filho de Deus não tem culpa e na sua inocência está a sua salvação”.Ele pode ser ensinado por ações ou pensamentos, em palavras ou sem som algum, em qualquer língua ou em língua nenhuma, em qualquer lugar, tempo ou modo. Não importa quem era o professor antes de ter ouvido o Chamado. Ele veio a ser um salvador pela sua resposta. Viu alguma outra pessoa como ele mesmo. Achou, portanto, a própria salvação e a salvação do mundo. Em seu renascimento, o mundo renasceu. Esse é um manual para um currículo especial, voltado para os professores de uma forma especial do curso universal. Existem milhares de outras formas, todas com o mesmo resultado. Elas meramente ganham tempo. Entretanto, é só o tempo que se desenrola exaustivamente e o mundo está muito cansado agora. Está velho e gasto e sem esperança. O resultado nunca esteve em questão, pois o que pode mudar a Vontade de Deus? Mas o tempo, com suas ilusões de mudança e morte, exaure o mundo e todas as coisas dentro dele. O tempo, porém, tem um fim e é isso que os professores de Deus são designados para trazer. Pois o tempo está em suas mãos. Tal foi a escolha que fizeram e ela lhes foi dada.

2. Quem são os seus alunos?

A cada um dos professores de Deus estão destinados determinados alunos e eles começarão a procurá-lo assim que ele tiver respondido ao Chamado. Foram escolhidos para ele porque a forma do currículo universal que ele vai ensinar é a melhor para eles em função do seu nível de compreensão. Os seus alunos têm estado esperando por ele, pois a sua vinda é certa. Mais uma vez, é apenas uma questão de tempo. Assim que ele tiver escolhido cumprir o seu papel, eles estão prontos para cumprir os seus. O tempo espera pela sua escolha, mas não por aqueles a quem ele vai servir. Quando ele estiver pronto para aprender, as oportunidades de ensinar lhe serão providas. Para compreender o plano de ensino-aprendizado da salvação, é necessário apreender o conceito de tempo que o curso estabelece. A Expiação corrige ilusões, não a verdade. Portanto, corrige o que nunca foi. Além disso, o plano para essa correção foi estabelecido e completado simultaneamente, pois a Vontade de Deus está inteiramente à parte do tempo. Assim é toda a realidade, posto que é Sua. No instante em que a idéia de separação entrou na mente do Filho de Deus, naquele mesmo instante foi dada a Resposta de Deus. No tempo, isso aconteceu em uma época muito distante. Na realidade, nunca aconteceu absolutamente. O mundo do tempo é o mundo da ilusão. O que aconteceu há muito tempo parece estar acontecendo agora. Escolhas feitas desde há muito parecem estar em aberto, ainda por serem feitas. O que foi aprendido e compreendido e há muito superado é considerado como um novo pensamento, uma idéia original, um enfoque diferente. Porque a tua vontade é livre, podes aceitar o que já aconteceu a qualquer momento que escolheres e somente então vais reconhecer que sempre esteve presente. Como o curso enfatiza, não és livre para escolher o currículo, nem mesmo a forma em que vais aprendê-lo. Mas estás livre, porém, para decidir quando queres aprendê-lo. E à medida em que o aceitas, já o aprendeste. Então, o tempo realmente volta a um instante tão remoto que está além de toda a memória, mesmo depois da possibilidade da lembrança. Apesar disso, por que é um instante revivido muitas e muitas vezes, parece ser agora. Assim é que professor e aluno parecem reunir-se no presente, achando um ao outro como se não tivessem se encontrado antes. O aluno vem ao lugar certo na hora certa. Isso é inevitável, porque ele fez a escolha certa naquele instante antigo que agora revive. O mesmo se dá com o professor, que fez também uma escolha inevitável num passado remoto. A Vontade de Deus em tudo apenas parece levar tempo na realização do processo. O que poderia atrasar o poder da eternidade? Quando aluno e professor se reúnem inicia-se uma situação de ensino-aprendizado. Pois o professor não é realmente aquele que realiza o ensino. O Professor de Deus fala onde estiverem dois reunidos com o propósito de aprender. O relacionamento é santo devido àquele propósito e Deus prometeu enviar Seu Espírito a qualquer relacionamento santo. Na situação de ensino-aprendizado, cada um aprende que dar e receber é a mesma coisa. As demarcações que haviam traçado entre seus papéis, suas mentes, seus corpos, suas necessidades, seus interesses e todas as diferenças que pensavam separá-los um do outro, desvanecem-se, tornam-se indistintas e desaparecem. Aqueles que querem fazer o mesmo curso compartilham um único interesse e uma única meta. E assim, aquele que era aprendiz vem a ser ele mesmo um professor de Deus, pois tomou a única decisão que lhe deu seu professor. Viu em outra pessoa os mesmos interesses que os seus.

3. Quais são os níveis de ensino?

Os professores de Deus não têm nível de ensino determinado. Cada situação de ensino-aprendizado envolve um relacionamento diferente no início, embora o objetivo final seja sempre o mesmo: fazer do relacionamento um relacionamento santo, no qual ambos são capazes de olhar para o Filho de Deus como alguém sem pecado. Não há pessoa alguma de quem o professor de Deus não possa aprender, portanto, não existe ninguém a quem ele não possa ensinar. Entretanto, por uma questão prática, ele não pode encontrar todas as pessoas, nem todos podem achá-lo. Assim, o plano inclui contatos bastante específicos a serem feitos por cada professor de Deus. Não existem acidentes na salvação. Aqueles que têm que encontrar-se, encontrar-se-ão, pois juntos têm o potencial para um relacionamento santo. Estão prontos um para o outro. O nível de ensino mais simples aparenta ser bem superficial. Consiste do que parecem ser encontros muito casuais, um encontro “por acaso” de duas pessoas aparentemente estranhas em um elevador, uma criança que não olha para onde está indo e “por acaso”, correndo, vai de encontro a um adulto, dois estudantes que “casualmente” caminham para casa juntos. Estes encontros não são casuais. Cada um deles tem potencial para vir a ser uma situação de ensino-aprendizado. Talvez os dois estranhos no elevador sorriam um para o outro, talvez o adulto não brigue com a criança que o atropelou, talvez os estudantes venham a ser amigos. Mesmo ao nível do encontro mais casual, é possível que duas pessoas percam de vista os seus interesses separados, ainda que por apenas um momento. Esse instante será suficiente. A salvação veio. É difícil compreender que o conceito de níveis para ensinar o curso universal é um conceito tão sem significado na realidade quanto o tempo. A ilusão de um permite a ilusão do outro. No tempo, o professor de Deus parece começar a mudar a sua mente a respeito do mundo com uma única decisão e, a partir daí, aprende cada vez mais acerca da nova direção à medida que a ensina. Já tratamos da ilusão do tempo, mas a ilusão dos níveis de ensino parece ser algo diferente. Talvez a melhor maneira de demonstrar que tais níveis não podem existir seja simplesmente dizer que qualquer nível da situação de ensino-aprendizado é parte do plano de Deus para a Expiação e o Seu plano não pode ter níveis, sendo um reflexo da Sua Vontade. A salvação está sempre pronta e sempre presente. Os professores de Deus trabalham em níveis diferentes, mas o resultado é sempre o mesmo. Cada situação de ensino-aprendizado é máxima no sentido de que cada uma das pessoas nela envolvidas vai aprender o máximo de que é capaz com a outra naquela ocasião. Nesse sentido, e somente nesse sentido, podemos falar em níveis de ensino. Usando a expressão dessa maneira, diríamos que o segundo nível de ensino é um relacionamento mais prolongado, no qual duas pessoas entram em uma situação razoavelmente intensa de ensino aprendizado por um certo tempo e depois aparentemente separam-se. Como no caso do primeiro nível, estes encontros não são acidentais e nem aquilo que aparenta ser o final do relacionamento é um final real. Mais uma vez, cada um aprendeu o máximo que pôde na ocasião. Entretanto, todos aqueles que se encontram algum dia encontrar-se-ão outra vez, pois é destino de todo relacionamento vir a ser santo. Deus não está equivocado no Seu Filho. O terceiro nível de ensino ocorre em relacionamentos que, uma vez formados, duram a vida inteira. Essas são situações de ensino-aprendizado nas quais a cada pessoa é dado um parceiro que é escolhido para o aprendizado por lhe oferecer oportunidades ilimitadas de aprender. Em geral, esses relacionamentos são poucos, porque a sua existência implica que os envolvidos tenham simultaneamente alcançado um estádio em que o equilíbrio de ensino-aprendizado seja, de fato, perfeito. Isso não significa que eles necessariamente reconheçam isso; de fato, em geral, não reconhecem. Eles podem até mesmo ser bastante hostis, um em relação ao outro por algum tempo e talvez pela vida afora. No entanto, caso decidam aprendê-la, a lição perfeita está diante deles e pode ser aprendida. E se decidem aprendê-la vêm a ser os salvadores dos professores que vacilam e podem até mesmo parecer falhar. Nenhum professor de Deus pode deixar de encontrar a Ajuda de que necessita.

4. Quais são as características dos professores de Deus?

Os traços superficiais dos professores de Deus não são de modo algum parecidos. Eles não são parecidos aos olhos do corpo, vêm de origens muito diferentes, suas experiências do mundo variam muito e suas “personalidades” superficiais são bastante distintas. Nos primeiros estágios de seu trabalho como professores de Deus, ainda não adquiriram as características mais profundas que os estabelecerão como o que são. Deus dá dádivas especiais aos Seus professores porque eles têm um papel especial no Seu plano para a Expiação. A sua especialidade é, obviamente, apenas temporária; estabelecida no tempo como um meio de conduzir para fora do tempo. Estas dádivas especiais, nascidas no relacionamento santo para o qual a situação de ensino-aprendizado está dirigida, vêm a ser características de todos os professores de Deus que tenham avançado no seu próprio aprendizado. Nesse aspecto, todos eles se parecem. Todas as diferenças entre os Filhos de Deus são temporárias. Entretanto, no tempo, pode-se dizer que os professores de Deus avançados têm as seguintes características:

I. Confiança
Esse é o fundamento no qual repousa a sua capacidade de cumprir a função que lhes cabe. A percepção é o resultado do aprendizado. De fato, percepção é aprendizado, posto que causa e efeito nunca estão separados. Os professores de Deus têm confiança no mundo, porque aprenderam que ele não é governado pelas leis que o mundo inventou. Ele é governado por um Poder Que está neles mas não vem deles. É esse Poder Que mantém todas as coisas a salvo. É através deste Poder que os professores de Deus olham para um mundo perdoado.Uma vez que esse Poder tenha sido experimentado, é impossível confiar na insignificante força de cada um outra vez. Quem tentaria voar com as asas diminutas de um pardal quando lhe foi dado o grande poder da águia? E quem colocaria sua fé nas pobres oferendas do ego quando as dádivas de Deus foram depositadas diante de si ? O que é que os induz à fazer a transição?
A. O desenvolvimento da confiança Em primeiro lugar, eles têm que passar pelo que poderia ser chamado de um “período de desfazer”. Isso não precisa ser doloroso, mas usualmente é experimentado assim. Parece que as coisas estão sendo tiradas de nós e inicialmente é raro que se compreenda que o fato de que elas não têm valor está apenas sendo reconhecido. Como é possível que a ausência de valor seja percebida, a não ser que a pessoa esteja em uma posição na qual não possa deixar de ver as coisas sob uma luz diferente? Ela não está ainda num ponto em que possa fazer a mudança toda internamente. E assim, o plano algumas vezes pede mudanças no que parecem ser circunstâncias externas. Estas mudanças são sempre úteis. Quando o professor de Deus tiver aprendido isso, ele passa para o segundo estádio. Em seguida, o professor de Deus tem que atravessar um “período de seleção”. Isso é sempre um tanto difícil porque, tendo aprendido que as mudanças na sua vida são sempre úteis, ele agora terá que decidir todas as coisas considerando se elas são mais ou menos úteis . Ele vai descobrir que muitas, se não a maior parte das coisas que antes valorizava, apenas dificultarão a sua capacidade de transferir o que aprendeu para novas situações na medida em que surgirem. Tendo valorizado o que realmente não tem valor, ele não vai generalizar a lição por medo de perda e sacrifício. É preciso um grande aprendizado para compreender que todas as coisas, eventos, encontros e circunstâncias são úteis. Só na medida em que são úteis é que qualquer grau de realidade lhes deve ser atribuído nesse mundo de ilusões. A palavra “valor” não se aplica a nada além disso. O terceiro estádio pelo qual o professor de Deus tem que passar pode ser chamado de “um período de abandono”. Se isso for interpretado como uma desistência do desejável, engendrará enormes conflitos. Poucos professores de Deus escapam inteiramente dessa aflição. Não há, porém, nenhum sentido em separar o que tem valor do que não tem, a não ser que se dê o passo seguinte, que é óbvio. Portanto, o período intermediário pode ser aquele no qual o professor de Deus se sente solicitado a sacrificar seus mais caros interesses em nome da verdade. Ele ainda não se deu conta de quão totalmente impossível seria tal exigência. Ele só pode aprender isso na medida em que, de fato, desiste do que não tem valor. Através disso aprende que aonde antecipou dor, acha, ao contrário, uma feliz leveza de coração; onde pensou que algo lhe estava sendo pedido, acha uma dádiva concedida a ele. Agora vem um “período de assentamento”. Esse é um período de quietude, no qual o professor de Deus descansa um pouco em certa paz. Agora ele consolida seu aprendizado. Agora começa a ver o valor de transferir o que aprendeu. O potencial disso é literalmente assombroso e o professor de Deus está agora em um ponto do seu desenvolvimento no qual vê nisso a sua saída. “Desiste do que não queres e guarda o que queres.” Como é simples o óbvio! E como é fácil de se fazer! O professor de Deus necessita desse período de pausa. Contudo, ele ainda não veio tão longe quanto imagina. “No entanto, quando estiver pronto para seguir adiante, vai com companheiros poderosos ao seu lado. Agora ele descansa um pouco e os reúne antes de prosseguir. Daqui para a frente, ele não irá sozinho. O próximo estádio é, de fato, um “período de des-assentamento”. Agora, o professor de Deus tem que compreender que ele realmente não sabia o que tinha e o que não tinha valor. Tudo o que realmente aprendeu até aqui foi que não queria o que não tinha valor e, de fato, queria o que tinha. Apesar disso, sua própria seleção foi sem significado no sentido de lhe ensinar a diferença. A idéia de sacrifício, tão central no seu próprio sistema de pensamento, fez com que fosse impossível para ele julgar. Ele pensou ter aprendido a disponibilidade, mas vê agora que não sabe para que serve essa disponibilidade. E agora tem que atingir um estado que talvez por muito, muito tempo ainda lhe seja impossível alcançar. Precisa aprender a deixar de lado todo julgamento e pedir apenas o que realmente quer em qualquer circunstância. Se cada passo nesta direção não fosse tão fortemente reforçado, seria de fato muito duro! Finalmente, há um “período de consecução”. É aqui que o aprendizado é consolidado. Agora, o que antes era visto como meras sombras vem a ser sólidas conquistas, com as quais se pode contar em todas as “emergências” bem como nos momentos tranqüilos. De fato, o seu resultado é a tranqüilidade; o resultado do aprendizado honesto, da consistência do pensamento e da transferência total. Esse é o estádio da paz real, pois aqui reflete-se inteiramente o estado do Céu. Daqui em diante, o caminho para o Céu é fácil e está aberto. De fato, é aqui. Quem poderia querer “ir” a qualquer lugar se a paz já está completa? E quem buscaria trocar a tranqüilidade por algo mais desejável? O que poderia ser mais desejável do que isso?

II. Honestidade
Todos os outros traços dos professores de Deus baseiam-se na confiança. Uma vez que ela tenha sido alcançada, os outros não podem deixar de se seguir. Só aqueles que confiam podem se permitir a honestidade, pois só eles podem ver seu valor. A honestidade não se aplica apenas ao que dizes. De fato, o termo significa consistência. Nada do que dizes contradiz o que pensas ou fazes, nenhum pensamento se opõe a outro pensamento, nenhum ato trai tua palavra e nenhuma palavra discorda de outra. Tais são os verdadeiramente honestos. Não há nenhum nível em que estejam em conflito consigo mesmos. Portanto, é impossível para eles estar em conflito com qualquer pessoa ou qualquer coisa. A paz da mente que experimentam os professores de Deus avançados se deve em grande parte à sua perfeita honestidade. Só o desejo de enganar é que faz a guerra. Ninguém em unidade consigo mesmo é capaz de sequer conceber o conflito. O conflito é o resultado inevitável do auto-engano e o auto-engano é desonestidade. Não há nenhum desafio para um professor de Deus. Desafio implica dúvida e a confiança na qual os professores de Deus descansam em segurança faz com que a dúvida seja impossível. Por conseguinte, só podem ter sucesso. Nisso, como em todas as coisas, são honestos. Só podem ter sucesso porque nunca fazem a própria vontade sozinhos. Escolhem por toda a humanidade, por todo o mundo e por todas as coisas dentro dele, pelo que não muda e permanece imutável além das aparências, pelo Filho de Deus e pelo seu Criador. “Como poderiam não ter sucesso? Escolhem em perfeita honestidade, seguros da sua escolha tanto quanto de si mesmos.

III. Tolerância
Os professores de Deus não julgam. Julgar é ser desonesto, pois julgar é assumir uma posição que não tens. É impossível haver julgamento sem auto-engano. O julgamento implica que tens te enganado nos teus irmãos. Como, então, poderias não ter te enganado contigo mesmo? O julgamento implica falta de confiança e a confiança continua sendo a estrutura sobre a qual se baseia todo o sistema de pensamento do professor de Deus. Deixa que isso se perca e todo o teu aprendizado se vai. Sem julgamento todas as coisas são igualmente aceitáveis, pois quem poderia julgar de outra maneira? Sem julgamento, todos os homens são irmãos, pois quem haveria de estar separado? O julgamento destrói a honestidade e despedaça a confiança. “Nenhum professor de Deus pode julgar e esperar aprender.

IV. Gentileza
O dano é impossível para os professores de Deus. Eles não podem infligi-lo nem sofrê-lo. O dano é o resultado do julgamento. É o ato desonesto que segue um pensamento desonesto. É um veredicto de culpa para um irmão e, portanto, para a própria pessoa. É o fim da paz e a negação do aprendizado. Demonstra a ausência do currículo de Deus e a sua substituição pela insanidade. Nenhum professor de Deus pode deixar de aprender - e bem cedo no seu treinamento que causar dano oblitera completamente a sua função na sua consciência. Fará com que ele fique confuso, amedrontado, raivoso e desconfiado. Fará com que seja impossível aprender as lições do Espírito Santo. E o Professor de Deus também não pode sequer ser ouvido a não ser por aqueles que compreendem que o dano, de fato, nada pode conseguir. Nenhum ganho pode dele advir. Portanto, os professores de Deus são totalmente gentis. Necessitam da força da gentileza, pois é nisso que a função da salvação vem a ser fácil. Para aqueles que querem causar dano, ela é impossível. Para aqueles que não vêem significado no dano, ela é meramente natural. Que outra escolha além dessa pode ter significado para quem é São? Quem escolhe o inferno quando percebe um caminho para o Céu? E quem escolheria a fraqueza que não pode deixar de vir do dano, em lugar da força infalível, totalmente abrangente e sem limites da gentileza? O poder dos professores de Deus está em sua gentileza, pois compreenderam que seus pensamentos maus não vieram nem do Filho de Deus nem do seu Criador. Assim, uniram os seus pensamentos Àquele Que é a sua Fonte. E assim a vontade deles, que sempre foi a Dele próprio, é livre para ser ela mesma.

V. Alegria
A alegria é o resultado inevitável da gentileza. Gentileza significa que o medo agora é impossível e o que poderia vir para interferir com a alegria? As mãos abertas da gentileza estão sempre cheias. Os que são gentis não têm dor. Não podem sofrer. Por que não seriam alegres? Eles estão certos de que são amados e de que estão a salvo. A alegria vai com a gentileza assim como o sofrimento acompanha o ataque. Os professores de Deus confiam Nele. E estão certos de que o Professor de Deus vai à sua frente, assegurando que nenhum dano lhes venha a suceder. “Eles mantém as Suas dádivas e seguem no Seu caminho porque a Voz de Deus os dirige em todas as coisas. A alegria é a sua canção de agradecimento. E Cristo também inclinam-se olhando para eles com gratidão. A Sua necessidade deles é tão grande quanto a que eles tem Dele. Que alegria é compartilhar o propósito da salvação!

VI. Ausência de defesas
Os professores de Deus aprenderam como ser simples. Eles não têm sonhos que necessitem de defesa contra a verdade. Eles não tentam fazer a si mesmos. Sua alegria vem da sua compreensão de Quem os criou. E o que Deus criou necessita de defesa? Ninguém pode vir a ser um professor de Deus avançado enquanto não compreender inteiramente que defesas não passam de tolos guardiões de ilusões loucas. Quanto mais grotesco o sonho, mais firmes e poderosas aparentam ser as suas defesas. No entanto, quando o professor de Deus finalmente concorda em olhar para o que vem depois delas, descobre que ali não havia nada. Lentamente, no início, ele se deixa ser desenganado. Porém aprende mais rápido à medida em que aumenta a sua confiança. Não é o perigo que vem quando se abre mão das defesas. É a segurança. É a paz. É a alegria. E é Deus.

VII. Generosidade
O termo generosidade tem um significado especial para o professor de Deus. Não é o significado usual da palavra; de fato, é um significado que tem que ser aprendido e aprendido muito cuidadosamente. Como todos os outros atributos dos professores de Deus, esse se baseia em última instância na confiança, pois sem confiança ninguém pode ser generoso no sentido verdadeiro. Para o mundo, generosidade significa “dar para os outros” no sentido de “abrir mão”. Para os professores de Deus, significa dar para poder ter. Isso tem sido enfatizado em todo o texto e no livro de exercícios, mas talvez seja mais alheio ao pensamento do mundo do que muitas das outras idéias no nosso currículo. Sua maior estranheza está simplesmente na obviedade da reversão que faz no modo de pensar do mundo. No sentido mais claro possível e no mais simples dos níveis, a palavra significa exatamente o oposto para os professores de Deus e para o mundo. O professor de Deus é generoso por interesse para com Ele Mesmo. Isso não se refere, no entanto, ao ser de que fala o mundo. O professor de Deus não quer nada que não possa dar aos outros, porque compreende, por definição, que isso não teria valor algum para ele. Para que iria querer tal coisa? Só teria a perder com isso. Não poderia ganhar. Portanto, ele não busca aquilo que só ele poderia ter, porque essa é a garantia da perda. Ele não quer sofrer. Por que razão infligiria dor a si mesmo? Mas ele quer ter para si todas as coisas que são de Deus e, portanto, são para o Seu Filho. Estas são as coisas que lhe pertencem. Estas, ele pode dar com generosidade verdadeira, protegendo-as sempre para si mesmo.

VIII. Paciência
Aqueles que estão certos do resultado podem se dar ao luxo de esperar e esperar sem ansiedade. A paciência é natural para o professor de Deus. Tudo o que ele vê é o resultado certo, por algum tempo talvez ainda desconhecido por ele, mas não posto em dúvida. O tempo será tão certo quanto a resposta. E isso é verdadeiro para tudo o que acontece agora ou no futuro. O passado, do mesmo modo, não conteve nenhum equívoco; nada que não tenha servido para beneficiar o mundo, assim como a ele a quem as coisas pareciam acontecer. Talvez isso não tenha sido compreendido na época. Mesmo assim, o professor de Deus está disposto a reconsiderar todas as suas decisões passadas, caso estejam causando dor a alguém. A paciência é natural para aqueles que confiam. Certos da interpretação final de todas as coisas no tempo, nenhum resultado já visto ou ainda por vir pode causar-lhes medo.

IX. Fidelidade
A extensão da fidelidade do professor de Deus é a medida do seu progresso no currículo. Ele ainda seleciona certos aspectos da sua vida para trazer ao seu aprendizado, enquanto mantém outros à parte? Se é assim, seu progresso é limitado e sua confiança ainda não está firmemente estabelecida. A fidelidade é a confiança do professor de Deus no Verbo de Deus em dispor todas as coisas de modo certo; não algumas, mas todas. Em geral, sua fidelidade começa focalizando apenas alguns problemas, permanecendo cuidadosamente limitada por algum tempo. Abrir mão de todos os problemas em função de uma Resposta é reverter inteiramente o pensamento do mundo. Só isso é fidelidade. Nada além disso realmente merece esse nome. No entanto, vale a pena alcançar cada degrau por menor que seja. Estar pronto, como diz o texto, não significa maestria. A fidelidade verdadeira, porém, não se desvia. Sendo consistente, é totalmente honesta. Sendo constante, é plena de confiança. Sendo baseada na ausência do medo, é gentil. Tendo certeza, é alegre. E sendo confiante, é tolerante. A fidelidade, então, combina em si mesma os outros atributos dos professores de Deus. Implica aceitação do Verbo de Deus e a Sua definição a respeito do Seu Filho. É para Eles que a fidelidade no sentido verdadeiro é sempre dirigida. É na direção Deles que ela olha, buscando até achar. A ausência de defesas a acompanha naturalmente e a alegria é a condição para achá-la. E tendo achado, descansa na certeza quieta Daquilo a Que toda fidelidade é devida.

X. Mentalidade aberta
Pode-se compreender facilmente o papel central que ocupa a mentalidade aberta, talvez o último dos atributos que o professor de Deus adquire, quando se reconhece a sua relação com o perdão. A mentalidade aberta vem com a ausência de julgamento. Assim como o julgamento fecha a mente contra o Professor de Deus, assim a mentalidade aberta O convida a entrar. Assim como a condenação julga como mau o Filho de Deus, a mentalidade aberta permite que ele seja julgado pela Voz por Deus a Seu favor. Assim como a projeção da culpa sobre ele o mandaria ao inferno, a mentalidade aberta deixa que a imagem de Cristo seja estendida a ele. Só quem tem a mente aberta pode estar em paz, pois só eles vêem razão para isso. Como é que os que têm a mente aberta perdoam? Eles abandonaram tudo o que impede o perdão. Na verdade, abandonaram o mundo e permitiram que esse lhes fosse restaurado com tal frescor e em alegria tão gloriosa, que nunca teriam podido conceber tamanha mudança. Nada é agora como era antes. Nada deixa de cintilar agora, que antes parecia tão opaco e sem vida. E acima de tudo, todas as coisas lhes dão as boas-vindas, pois a ameaça se foi. Nenhuma nuvem permanece para encobrir a face de Cristo. Agora a meta foi conseguida. O perdão é a meta final do currículo. Pavimenta o caminho para o que vai além de todo aprendizado. “O currículo não faz esforços para exceder sua meta legítima. O perdão é o seu único objetivo para o qual todo o aprendizado converge em última instância. E, de fato, o suficiente. Podes ter notado que a lista dos atributos dos professores de Deus não inclui coisas que constituem a herança do Filho de Deus. Termos como amor, impecabilidade, perfeição, conhecimento e verdade eterna não aparecem nesse contexto. Seriam por demais impróprios aqui. O que Deus deu em tanto excede o nosso currículo que o aprendizado desaparece diante da sua presença. No entanto, quando a sua presença está obscurecida, o foco recai acertadamente sobre o currículo. A função dos professores de Deus é trazer ao mundo o verdadeiro aprendizado. Propriamente falando, o que trazem é “des-aprendizado”, pois esse é “o aprendizado verdadeiro” no mundo. Aos professores de Deus é dado trazer ao mundo as boas-novas do perdão completo. Bem-aventurados são eles, em verdade, pois são os portadores da salvação.

5. Como se realiza a cura?

A cura envolve a compreensão do propósito da ilusão da doença. Sem isso, é impossível.

I. O propósito percebido na doença
A cura é realizada no instante em que aquele que sofre já não vê nenhum valor na dor. Quem escolheria sofrer a não ser que pensasse que a dor lhe traz algo, e algo de valor? Ele tem de pensar que é um preço pequeno a ser pago por alguma coisa de maior valor. Pois a doença é uma escolha, uma decisão. É uma escolha da fraqueza, na convicção errada de que a fraqueza é força. Quando isto ocorre, a força real é vista como ameaça e a saúde como um perigo. A doença é um método, concebido na loucura, para colocar o Filho de Deus no trono do Pai. Deus é visto como se estivesse do lado de fora, feroz e poderoso, ansioso por manter a totalidade do poder para Si Mesmo. Só através da Sua morte, é possível que Ele seja conquistado pelo Seu Filho.
Dentro dessa convicção doentia, o que representa a cura? Simboliza a derrota do Filho de Deus e o triunfo do seu Pai sobre ele. Representa o derradeiro desafio que, diretamente, o Filho de Deus é obrigado a reconhecer. Simboliza tudo o que quer esconder de si mesmo para proteger a sua «vida». Se for curado, é responsável pelos seus pensamentos. E se é responsável pelos seus pensamentos será morto para provar a si mesmo o quanto é frágil e digno de pena. Mas se ele próprio escolhe a morte, a sua fraqueza é a sua força. Agora, dá a si mesmo o que Deus lhe daria e, assim, usurpa inteiramente o trono do seu Criador.

II. O deslocamento na percepção
A cura ocorre necessariamente na exata proporção em que se reconhece que a doença não tem valor. Basta alguém dizer: «Eu não ganho absolutamente nada com isto» e está curado. Mas para dizer isto, primeiro tem de reconhecer certos fatos. Antes do mais, é óbvio que as decisões são da mente, não do corpo. Se a doença não é senão uma perspectiva errada de como solucionar os problemas, a doença, então, é uma decisão. E se é uma decisão, é a mente, e não o corpo, que a toma. A resistência a reconhecer isto é enorme, posto que a existência do mundo tal como tu o percebes depende do corpo como sendo aquele que toma as decisões. Termos como «instintos», «reflexos» e outros semelhantes representam tentativas de dotar o corpo com motivos não-mentais. De fato, tais termos, simplesmente, declaram ou descrevem o problema. Não lhe dão uma resposta. 2. A aceitação da doença como uma decisão da mente que pretende usar o corpo para alcançar o seu propósito, é a base da cura. E isto é assim para todas as formas de cura. Um paciente decide que isto é assim e recupera a saúde. Caso se decida contra a recuperação, não será curado. Quem é o médico? Apenas a mente do doente. O resultado é o que ele decidir. Aparentemente, agentes especiais* trabalham nele, mas não fazem senão dar forma à sua própria escolha. O paciente escolhe-os por forma a realizar os seus desejos. Isso é o que fazem e nada mais. De fato, não são absolutamente necessários. O paciente, sem o auxílio deles, poderia, simplesmente, levantar-se e dizer: «Não tenho nenhuma utilidade para isto». Não há forma de doença que não seja curada imediatamente. 3. Qual o requisito único para esta mudança de percepção? Simplesmente isto: o reconhecimento de que a doença é da mente e não tem nada a ver com o corpo. Qual o «preço» deste reconhecimento? Custa mundo que vês, pois nunca mais o mundo vai parecer reinar sobre a mente. Pois, juntamente com tal reconhecimento, a responsabilidade é colocada no seu devido lugar; não no mundo, mas na pessoa que olha para o mundo e o vê como ele não é. Ela olha para o que escolhe ver. Nada mais, nada menos. O mundo não faz nada a essa pessoa. Ela é que imaginava que fazia. Nem ela faz nada ao mundo, pois estava enganada em relação ao que o mundo é. Aí está a libertação de ambas, culpa e doença, posto que são uma só. No entanto, para aceitar esta libertação, é preciso que a idéia da insignificância do corpo seja aceitável. 4. Com esta idéia, a dor desaparece para sempre. Mas, com esta idéia, também desaparece toda a confusão a respeito da criação. Não são decorrências inevitáveis? Coloca causa e efeito na sua verdadeira seqüência em relação a uma única coisa e a aprendizagem irá generalizar-se e transformar o mundo. O valor de transferência de uma única idéia verdadeira não tem fim ou limite. O resultado final desta lição é a lembrança de Deus. O que significam agora culpa e doença, dor, desastre e todo o tipo de sofrimento? Não tendo propósito, tudo isto desaparece. E, com eles vão, também, todos os efeitos que pareciam causar. Causa e efeito são apenas uma réplica da criação. Vistos na sua perspectiva correta, sem distorção e sem medo, elas restabelecem o Céu.

III. A função do professor de Deus
Se o paciente tem de mudar a sua mente para ser curado, o que faz o professor de Deus? É capaz de mudar a mente do paciente por ele? É claro que não. Para aqueles que já estão dispostos a mudar a sua própria mente, o professor de Deus não tem função, a não ser a de se regozijar com eles, pois tornaram-se professores de Deus com ele. O professor de Deus, porém, tem uma missão mais específica para com aqueles que não compreendem o que seja a cura. Esses pacientes não se dão conta de que escolheram a doença. Ao contrário, acreditam que a doença os escolheu. E nem têm a mente aberta em relação a isto. O corpo diz-lhes o que fazer e eles obedecem. Não têm idéia de quanto esse conceito é doentio. Se, pelo menos, suspeitassem disso, seriam curados. Entretanto, de nada suspeitam. Para eles, a separação é bastante real. 2. O professor de Deus vem a eles para representar uma outra escolha, aquela que haviam esquecido. A simples presença de um professor de Deus é uma chamada de atenção. Os pensamentos do professor de Deus solicitam o direito de questionar o que o paciente aceitou como verdadeiro. Enquanto mensageiros de Deus, os Seus professores são os símbolos da salvação. Perante o paciente, eles pedem-lhe perdão para o Filho de Deus, em nome do próprio Deus. Os professores de Deus representam a alternativa. Com o Verbo de Deus nas suas mentes, vêm, não para curar os doentes, mas para abençoar, para lhes recordar o remédio que Deus já lhes deu. Não são as mãos dos professores de Deus que curam. Não é a voz deles que profere o Verbo de Deus. Eles, simplesmente, dão o que lhes foi dado. Com muita gentileza, apelam para os seus irmãos para que se afastem da morte: «Contempla tu, Filho de Deus, o que a Vida te pode oferecer. Escolherias a doença em lugar disto?» 3. Jamais os professores de Deus avançados consideram as formas de doença em que o seu irmão acredita. Fazer isto é esquecer que todas têm o mesmo propósito e não são, portanto, realmente diferentes. Os professores de Deus procuram a Voz de Deus nesse irmão que está disposto a se auto-enganar até acreditar que o Filho de Deus pode sofrer. E lembram-lhe que, como ele não se fez a si mesmo, não pode deixar de permanecer tal como Deus o criou. Os professores de Deus reconhecem que ilusões não têm qualquer efeito. A verdade nas suas mentes procura alcançar a verdade nas mentes dos seus irmãos, de tal modo que as ilusões não sejam reforçadas. Desta forma tais ilusões são trazidas à verdade; não é a verdade que é trazida às ilusões. Desta forma as ilusões são dissipadas, não pela vontade de um outro mas pela união da Vontade Única Consigo Mesma. E essa é a função dos professores de Deus: não ver nenhuma vontade como se fosse separada da sua própria e nem a sua da de Deus.

6. A cura é certa?

A cura é sempre certa. É impossível deixar que as ilusões sejam trazidas à verdade e continuar a manter ilusões. A verdade demonstra que as ilusões não têm valor. O professor de Deus viu a correção dos seus erros na mente do paciente, reconhecendo-o pelo que ele é. Tendo aceite a Expiação para si mesmo, aceitou-a também para o paciente. O que acontece, porém, se o paciente usar a doença como um modo de vida, acreditando que a cura é uma forma de morte? Quando assim é, uma cura repentina poderia precipitar uma depressão intensa e um sentido de perda tão profundo que o paciente poderia até tentar destruir-se. Não tendo motivos para viver, pode pedir a morte. A cura, então, para a sua própria proteção, tem de esperar. 2. A cura sempre será posta de lado, cada vez que for vista como uma ameaça. Mas, no instante em que é bem-vinda, ela lá está. Onde a cura foi dada, será recebida. Mas o que é o tempo diante das dádivas de Deus? Muitas vezes, no decorrer do Texto, nos referimos à casa do tesouro, disposto igualmente para quem dá e para quem recebe as dádivas de Deus. Nenhuma se perde, pois só podem aumentar. Nenhum professor de Deus deve sentir-se desapontado, caso tenha oferecido a cura sem que ela tenha sido aparentemente recebida. Não lhe cabe julgar quando a sua dádiva deve ser aceite. Que guarde a certeza de que a cura foi recebida, e confie em que será aceite quando for reconhecida como uma bênção e não como uma maldição. 3. Não é função dos professores de Deus avaliar o resultado das suas dádivas. A função deles é, apenas, dá-las. Uma vez que tenham feito isto, deram também o resultado, pois ele faz parte da dádiva. Ninguém pode dar se estiver preocupado com o resultado da doação. Isso é uma limitação do próprio ato de dar e, nesse caso, nem quem dá, nem quem recebe, possuiria a dádiva. A confiança é uma parte essencial da doação; de fato, é a parte que faz com que o compartilhar seja possível, é a parte que garante ao doador que ele não perde, apenas ganha. Seria possível dar uma dádiva e ficar com o que é dado, para ter a certeza de que é usado como o doador lhe parece apropriado? Isto não é dar, mas aprisionar. 4. É a renúncia de toda e qualquer preocupação em relação à dádiva que faz com que ela seja verdadeiramente dada. E é a confiança que faz com que a verdadeira doação seja possível. A cura é a mudança mental que o Espírito Santo, na mente do paciente, vai procurando para esse mesmo paciente. E é o Espírito Santo, na mente do doador, que lhe dá a dádiva. Como é possível perdê-la? Como pode não ter efeito? Como pode ser desperdiçada? A casa do tesouro de Deus nunca pode estar vazia. Se uma dádiva estivesse em falta, ela não estaria plena. No entanto, a sua plenitude é garantida por Deus. Neste caso, que preocupação pode ter um professor de Deus em relação ao que acontece às suas dádivas? Dadas por Deus a Deus, quem, nesse intercâmbio santo, pode receber menos do que tudo?

7. A cura deve ser repetida?

Esta questão, realmente, responde a si mesma. A cura não pode ser repetida. Se o paciente está curado, o que faltará curar nele? E, se a cura é certa, como já dissemos que é, o que há para repetir? O professor de Deus que fica preocupado com o resultado da cura, limita-a. Agora, é a própria mente do professor de Deus que precisa de ser curada. E é isto que ele precisa de facilitar. Agora, o professor de Deus é o paciente e assim se deve considerar. Cometeu um erro e precisa de estar disposto a mudar a sua mente em relação a isso. Por lhe ter faltado a confiança que faz com que a verdadeira doação seja possível, não recebeu o benefício da sua dádiva. 2. Sempre que um professor de Deus tentou ser um canal para a cura, teve sucesso. Caso tenha sido tentado a duvidar disso, não deveria repetir o seu esforço anterior. Aquilo* já foi o máximo e o Espírito Santo assim o aceitou e usou. Agora, o professor de Deus só tem um caminho a seguir. Tem de usar a sua razão para dizer a si mesmo que entregou o problema Àquele que não pode falhar e tem de reconhecer que a sua própria incerteza não é amor, mas medo e, por conseguinte, ódio. A sua posição torna-se, então, insustentável, pois está a oferecer ódio a quem ofereceu amor. Isso é impossível. Tendo oferecido amor, só amor pode ser recebido. 3. É nisto que o professor de Deus tem de confiar. É isto que realmente significa a declaração de que a única responsabilidade daquele que trabalha em milagres é aceitar a Expiação para si mesmo. O professor de Deus é um trabalhador em milagres porque dá as dádivas que recebeu. No entanto, antes, precisa de as aceitar. Não precisa de fazer mais do que isto, nem há nada mais que possa fazer. Por aceitar a cura, é capaz de dá-la. Se duvida disto, que se lembre de Quem deu a dádiva e de Quem a recebeu. Assim a sua dúvida é corrigida. Ele pensou que as dádivas de Deus podiam ser retiradas. Isso foi um mal-entendido que dificilmente perdurará. Assim, ao professor de Deus só lhe resta reconhecer esse erro e permitir que seja corrigido. 4. Uma das mais difíceis tentações a ser reconhecida é esta: duvidar de uma cura em que, aparentemente, os sintomas persistem é um erro na forma de falta de confiança. Como tal, é um ataque. Regra geral, parece ser exatamente o oposto. À primeira vista, de fato, não parece razoável ser advertido de que a persistência da preocupação é um ataque. Tem todas as aparências de amor. No entanto, o amor sem confiança é impossível, e dúvida e confiança não podem coexistir. E o ódio tem de ser o oposto do amor, independentemente da forma que tome. Não se duvide da dádiva e é impossível duvidar do seu resultado. É essa certeza que dá aos professores de Deus o poder de serem trabalhadores em milagres, pois depositaram a sua confiança Nele. 5. A base real da dúvida a respeito do resultado de qualquer problema que tenha sido dado ao professor de Deus para resolver, é sempre dúvida acerca de si mesmo. E isto necessariamente demonstra que a confiança foi depositada num ser ilusório, pois só se pode duvidar de um ser assim. Essa ilusão pode tomar muitas formas. Talvez haja medo da fraqueza e da vulnerabilidade. Talvez haja medo do fracasso e da vergonha associada a um sentimento de inadequação. Talvez haja um embaraço culposo saindo da falsa humildade. A forma do erro não é importante. O importante é, apenas, o reconhecimento de um erro como um erro. 6. O erro é sempre alguma forma de preocupação com o próprio ser, que exclui o paciente. É um fracasso em reconhecer o paciente como parte do Ser e, portanto, representa uma confusão de identidade. Um conflito acerca de quem és entrou na tua mente e acabaste por te enganar quanto a ti mesmo. E estás enganado quanto a ti mesmo porque negaste a Fonte da tua criação. Se apenas estás a oferecer cura, não podes duvidar. Se realmente queres o problema resolvido, não podes duvidar. Se estás certo a respeito de qual é o problema, não podes duvidar. A dúvida é o resultado de desejos em conflito. Estejas tu certo do que queres e a dúvida passa a ser impossível.

8. Como se pode evitar a percepção da ordem de dificuldades?

Como se pode evitar a percepção da ordem de dificuldades em milagres? 1. A crença em ordem de dificuldades é a base da percepção do mundo. Fundamenta-se em diferenças; o que passou não está nivelado, há alterações no que virá, as alturas são desiguais e os tamanhos diversos, há graus variados de escuridão e de luz, e milhares de comprastes nos quais cada coisa vista, para ser reconhecida, compete com todas as outras. Um objeto maior ofusca um menor. Uma coisa mais brilhante desvia a atenção de outra cujo apelo é menos intenso. E uma idéia mais ameaçadora, ou considerada mais desejável pelos padrões do mundo, transtorna completamente o domínio mental. O que os olhos do corpo contemplam é apenas conflito. Não olhes para essas coisas à procura de paz e compreensão. 2. Ilusões são sempre ilusões de diferenças. Como poderia ser de outra forma? Por definição, uma ilusão é uma tentativa de fazer com que alguma coisa considerada de maior importância seja real, embora se reconheça que tal coisa não é verdadeira. A mente, então, procura fazer com que seja verdadeira em função da intensidade do desejo de tê-la para si. Ilusões são travestis da criação, tentativas de trazer verdade às mentiras. Achando a verdade inaceitável, a mente revolta-se contra a verdade e dá a si mesma uma ilusão de vitória. Por considerar a saúde uma carga, retira-se para sonhos febris. E, nesses sonhos, a mente está separada, diferente de outras mentes, com interesses próprios diferentes e é capaz de gratificar as suas necessidades à custa dos outros. 3. De onde vêm todas estas diferenças? Certamente parecem estar no mundo lá fora. No entanto, com toda a certeza é a mente que julga o que os olhos contemplam. É a mente que interpreta as mensagens dos olhos e lhes dá «significado». E esse significado não existe absolutamente no mundo exterior. O que é visto como «realidade» é, simplesmente, o que a mente prefere. A mente projeta a sua hierarquia de valores para o que está fora e envia os olhos do corpo para a encontrar. Os olhos do corpo nunca verão senão através das diferenças. Contudo, a percepção não se baseia nas mensagens que eles trazem. Só a mente avalia as mensagens dos olhos e, assim sendo, só a mente é responsável pelo que é visto. Só ela decide se o que é visto é real ou ilusório, desejável ou indesejável, prazenteiro ou doloroso. 4. É nas atividades de seleção e categorização da mente que entram os erros de percepção. E é aqui que a correção tem de ser feita. A mente classifica o que os olhos do corpo lhe trazem de acordo com os seus valores preconcebidos, julgando em que categorias melhor se encaixa cada dado fornecido pelos sentidos. Que base poderia ser mais errada do que esta? Sem reconhecimento próprio, ela mesma pediu que lhe fosse dado o que se encaixa nessas categorias. E, tendo feito isto, conclui que as ditas categorias têm de ser verdadeiras. Nisto se baseia o julgamento de todas as diferenças, pois é disto que dependem todos os julgamentos do mundo. Acaso se pode depender, para o que quer que seja, deste «raciocínio» confuso e sem sentido? 5. Não pode haver ordem de dificuldades na cura, simplesmente, porque qualquer doença é ilusão. Será mais duro dissipar a crença dos doentios em uma alucinação maior, em oposição a uma menor? Concordarão eles mais rapidamente com a irrealidade de uma voz mais alta do que com a de outra mais suave? Descartarão eles com maior facilidade um comando para matar sussurrado do que outro dado aos gritos? E será que o número de garfos que eles vêem os demônios a carregar afeta a credibilidade que as suas percepções têm desses demônios? As mentes desses doentios categorizou tudo isto como real, portanto, tudo é real para eles. Quando se derem conta de que são ilusões, desaparecerão. E assim é com a cura. As propriedades das ilusões que as fazem parecer diferentes são, na realidade, irrelevantes, pois as suas propriedades são tão ilusórias quanto elas próprias. 6. Os olhos do corpo continuarão a ver diferenças. Mas a mente que se deixou curar deixará de tomar conhecimento delas. Haverá pessoas que parecerão «mais doentes» do que outras, e os olhos do corpo registrarão, como antes, as mudanças nas suas aparências. Mas a mente curada vai colocá-las todas numa única categoria: elas são irreais. Esta é a dádiva do seu Professor: a compreensão de que apenas duas categorias têm significado na seleção das mensagens que a mente recebe daquilo que parece ser o mundo exterior. E, destas duas, somente uma é real. Assim como a realidade é totalmente real, independentemente de tamanho, forma, tempo e lugar - pois não podem existir diferenças dentro da realidade - assim também as ilusões são sem distinções. A resposta única para qualquer tipo de doença é a cura. A resposta única para todas as ilusões é a verdade.

9. São necessárias mudanças na situação de vida dos professores de Deus?

São necessárias mudanças nasituação de vida dos professores de Deus? 1. São necessárias mudanças nas mentes dos professores de Deus. Isto pode ou não envolver mudanças na situação externa. Lembra-te de que ninguém está onde está acidentalmente e de que o acaso não tem nenhum papel no plano de Deus. É bastante provável que mudanças de atitudes constituam o primeiro passo no treino do recém-formado professor de Deus. No entanto, não há um padrão determinado, posto que o treino é sempre altamente individualizado. Há aqueles que são chamados a mudar a sua situação de vida quase que imediatamente, mas esses, geralmente, são casos especiais. Para a grande maioria é dado um programa de treino de evolução lenta, durante o qual é corrigido o maior número possível de erros anteriores. Os relacionamentos em particular têm de ser percebidos de forma correta e todas as pedras angulares da incapacidade de perdoar têm de ser removidas. De outro modo, o antigo sistema de pensamento ainda tem base para regressar. 2. À medida em que o professor de Deus avança no seu treino, aprende uma lição cada vez mais profunda. Ele não toma as suas próprias decisões; pergunta ao seu Professor qual a Sua resposta, e é isso que respeita como seu guia de ação. Isto torna-se cada vez mais fácil à medida em que o professor de Deus aprende a desistir do seu próprio julgamento. Desistir do julgamento - o pré-requisito óbvio para se ouvir a Voz de Deus - é usualmente um processo razoavelmente lento, não porque seja difícil, mas porque pode ser percebido como um insulto pessoal. O treino do mundo está dirigido no sentido de alcançar uma meta diretamente oposta à do nosso ensinamento. O mundo treina visando a confiança no próprio julgamento como critério de maturidade e força. O nosso ensinamento treina tendo em vista o abandono do julgamento como condição necessária à salvação.

10. Como se abandona o julgamento?

O julgamento, como outros instrumentos através dos quais se mantém o mundo das ilusões, é compreendido de forma totalmente errada pelo mundo. De fato, é confundido com sabedoria e substitui a verdade. Considerando a forma que o mundo usa o termo, um indivíduo é capaz de fazer «bom» ou «mau» julgamento e a sua educação tem por objetivo fortalecer o primeiro e minimizar o último. Entretanto, há grande confusão em torno do que significam estas categorias. O que é «bom» julgamento para um, é «mau» para outro. Além disto, até a mesma pessoa, em um dado momento, classifica a mesma ação como sendo demonstrativa de «bom» julgamento e de «mau» julgamento em outro. Nem é possível ensinar-se qualquer critério consistente para a determinação do que são estas categorias. A qualquer momento o aluno pode discordar daquilo que o seu pretenso professor diz a esse respeito, e o próprio professor pode muito bem ser inconsistente em relação àquilo em que acredita. «Bom» julgamento, nestes termos, não significa nada: assim como «mau» também não significa nada. 2. É necessário que o professor de Deus reconheça, não que não deve julgar, mas que não pode julgar. Ao desistir do julgamento, está apenas a desistir do que não tinha. Desiste de uma ilusão; ou melhor, tem a ilusão de desistir. De fato, simplesmente, se tornou mais honesto. Reconhecendo que o julgamento sempre lhe foi impossível, não mais tenta fazê-lo. Não há nenhum sacrifício. Ao contrário, coloca-se numa posição na qual o julgamento pode ocorrer através dele, em vez de por ele. E este julgamento não é «bom» nem é «mau». É o único julgamento que existe e é apenas um: «O Filho de Deus não tem culpa e o pecado não existe». 3. O objetivo do nosso ensinamento, ao contrário da meta de aprendizagem do mundo, é o reconhecimento de que o julgamento, no sentido usual do termo, é impossível. Isto não é uma opinião, mas um fato. Para poder julgar qualquer coisa acertadamente, a pessoa teria de estar inteiramente ciente de uma escala inconcebível de coisas passadas, presentes e por vir. A pessoa teria de reconhecer antecipadamente todos os efeitos dos seus julgamentos sobre todas as outras pessoas e coisas, de alguma forma envolvidas com tais efeitos. E a pessoa teria de estar certa de não haver nenhuma distorção na sua percepção, de forma a que o seu julgamento fosse totalmente justo em relação a todos aqueles sobre os quais recai, agora e no futuro. Quem está em posição de fazer isto? Quem, a não ser em grandiosas fantasias, poderia reivindicar tal coisa para si mesmo? 4. Lembra-te de quantas vezes pensaste que conhecias todos os «fatos» necessários para um julgamento e de como estavas enganado! Existe alguém que não tenha tido esta experiência? Saberias quantas vezes, simplesmente, pensaste que estavas certo, sem jamais reconheceres que estavas errado? Por que escolherias uma base tão arbitrária para tomar decisões? A sabedoria não está em julgar, mas no abandono do julgamento. Faz, então, apenas mais um julgamento. É o seguinte: há Alguém contigo cujo julgamento é perfeito. Ele conhece todos os fatos passados, presentes e por vir. Ele, na verdade, conhece todos os efeitos do Seu julgamento sobre todas as pessoas e todas as coisas que, de alguma forma, estão envolvidos com esse julgamento. E Ele é totalmente justo para com todos, pois não há distorção na Sua percepção. 5. Portanto, deixa de lado o julgamento, não com pesar, mas com um suspiro de gratidão. Agora, estás livre de uma carga tão grande que somente poderias cambalear e cair para debaixo dela. E tudo era ilusão. Nada mais. Agora, o professor de Deus pode erguer-se sem cargas e caminhar com leveza. Porém, não é esse, apenas, o seu benefício. O seu senso de preocupação desvaneceu-se, pois já não tem nenhuma preocupação. Abdicou disso, juntamente com o julgamento. Entregou-se Àquele em cujo julgamento escolheu passar a confiar, em vez do seu próprio. Agora, não se engana. O seu Guia é seguro. E onde o professor de Deus veio para julgar, veio para abençoar. Onde ele agora ri, antes costumava vir para chorar. 6. Não é difícil abandonar o julgamento. Mas é, de fato, difícil tentar mantê-lo. O professor de Deus abandona o julgamento com felicidade no momento em que reconhece o seu preço. Toda a feiúra que vê à sua volta é conseqüência do julgamento. Toda a dor que contempla é o seu resultado. Toda a solidão e o senso de perda, do tempo que passa e da desesperança crescente, do desespero doentio e do medo da morte; tudo isso veio do julgamento. Agora, o professor de Deus sabe que tais coisas não precisam de ser assim. Nenhuma delas é verdadeira. Pois desistiu da sua causa e elas, que nunca foram senão os efeitos da sua escolha errada, deixam de estar presas a ele. Professor de Deus, este passo irá trazer-te a paz. Será difícil querer apenas isto?

11. Como é possível a paz nesse mundo?

Como é possível a paz neste mundo? 1. Esta é uma pergunta que todos têm de fazer. Certamente, a paz parece ser impossível aqui. No entanto, o Verbo de Deus promete outras coisas que, tal como esta, parecem impossíveis. O Seu Verbo prometeu a paz. Prometeu, também, que não há morte, que a ressurreição tem de ocorrer e que o renascimento é a herança do homem. O mundo que vês não pode ser o mundo amado por Deus e, no entanto, o Seu Verbo assegura-nos que Ele ama o mundo. O Verbo de Deus prometeu que a paz é possível aqui, e o que Ele promete não pode ser impossível. Porém, a verdade é que é preciso olhar para o mundo de maneira diferente, se queremos aceitar as promessas de Deus. O que o mundo é não passa de um fato. Não podes escolher como isso deveria ser. Mas podes escolher como queres vê-lo. Na verdade, é isso o que tens de escolher. 2. Mais uma vez voltamos à questão do julgamento. Desta vez, pergunta-te qual dos dois tem mais probabilidade de ser verdadeiro, o teu julgamento ou o Verbo de Deus. Pois eles dizem coisas diferentes acerca do mundo, e coisas tão opostas que não faz sentido querer conciliá-las. Deus oferece ao mundo a salvação; o teu julgamento condená-lo-ia. Deus diz que não há morte; o teu julgamento vê apenas a morte como o fim inevitável da vida. O Verbo de Deus assegura-te que Ele ama o mundo; o teu julgamento diz que o mundo não é amável. Quem está certo? Pois um dos dois está errado. Tem de ser assim. 3. O livro Texto explica que o Espírito Santo é a Resposta para todos os problemas que fizeste. Esses problemas não são reais, mas isso não tem significado para aqueles que neles acreditam. E todas as pessoas acreditam no que fizeram, pois foi feito porque elas acreditam. A esta situação estranha e paradoxal - sem significado e vazia de sentido, porém, aparentemente sem saída - Deus enviou o Seu Julgamento para responder ao teu. Gentilmente, o Seu Julgamento substitui o teu. E através desta substituição, o que é incompreensível torna-se compreensível. Como é possível a paz neste mundo? No teu julgamento não é possível, nem nunca será. Mas, no Julgamento de Deus, o que é refletido aqui é apenas paz. 4. A paz é impossível para aqueles que olham para a guerra. A paz é inevitável para aqueles que oferecem a paz. Como é fácil, então, escapar do teu julgamento do mundo! Não é o mundo que faz a paz parecer impossível. O mundo que vês é que é impossível. Apesar disso, o Julgamento de Deus sobre este mundo distorcido redimiu-o e capacitou-o a dar as boas-vindas à paz. E a paz desce sobre ele em alegre resposta. A paz está agora aqui, no seu devido lugar, porque se introduziu um pensamento de Deus. Que outra coisa além de um Pensamento de Deus pode fazer com que o inferno passe a ser o Céu, simplesmente, por ser o que é? A terra curva-se diante da sua Presença, que, cheia de graça, responde inclinando-se a fim de a reerguer novamente. Agora, a questão passou a ser diferente. Não é mais: «É possível a paz neste mundo?» mas sim «Não é impossível que a paz esteja ausente daqui?»

12. Quantos professores de Deus são necessários para salvar o mundo?

Quantos professores de Deus sãonecessários para salvar o mundo? 1. A resposta a esta pergunta é: - um. Um professor totalmente perfeito, cuja aprendizagem está completa, é o suficiente. Este, santificado e redimido, torna-se o Ser que é o Filho de Deus. Ele, que sempre foi totalmente espírito, agora não mais se vê como um corpo, nem mesmo em um corpo. Por conseguinte, não tem limites. E não tendo limites, os seus pensamentos estão unidos aos de Deus para sempre. A sua percepção de si mesmo baseia-se no julgamento de Deus e traz os Seus pensamentos às mentes ainda iludidas. Ele é para sempre um, porque é como Deus o criou. Ele aceitou Cristo e está salvo. 2. Assim, o filho do homem torna-se o Filho de Deus. Não é realmente uma mudança, é uma mudança de mente. Nada externo se altera, mas tudo internamente reflete agora só o Amor de Deus. Deus já não pode ser temido, porque a mente não vê nenhuma causa para a punição. Os professores de Deus parecem ser muitos, pois essa é a necessidade do mundo. No entanto, unidos num só propósito, propósito esse que compartilham com Deus, como poderiam estar separados uns dos outros? Que importa, então, se aparecem em muitas formas? As suas sementes são uma só; a sua união é completa. E Deus, agora, trabalha através deles como se fossem um, pois é isso o que são. 3. Por que é necessária a ilusão de serem muitos? Somente porque a realidade não é compreensível para os iludidos. Raros são os que podem ouvir a Voz de Deus de qualquer maneira que seja, e mesmo estes não podem comunicar as mensagens Dele através do Espírito Santo, que lhas deu. Os professores de Deus necessitam de um veículo através do qual a comunicação se torne possível para aqueles que não reconhecem que são espírito. Um corpo, esses podem ver. Uma voz podem compreender e ouvir o medo que a verdade encontraria neles. Não te esqueças de que a verdade só pode vir onde é bem-vinda sem medo. Assim, os professores de Deus precisam de um corpo, pois a sua unidade não poderia ser reconhecida diretamente. 4. Entretanto, o que faz os professores de Deus é o seu reconhecimento de qual é o verdadeiro propósito do corpo. À medida em que avançam na sua profissão, cada vez mais se apercebem de que a função do corpo é apenas deixar que a Voz de Deus fale através dele para ouvidos humanos. Esses ouvidos carregarão para a mente do ouvinte mensagens que não são deste mundo, as quais a mente compreenderá devido à Fonte donde provêem. Desta compreensão virá o reconhecimento, nesse novo professor de Deus, de qual é realmente o propósito do corpo, do único uso que realmente existe para ele. Esta lição é suficiente para permitir a entrada do pensamento da unidade, e o que é um é reconhecido como um. Os professores de Deus parecem compartilhar a ilusão da separação mas, devido ao propósito com que usam o corpo, não acreditam na ilusão apesar das aparências. 5. A lição central é sempre esta: seja o que for que o corpo seja para ti, é isso que ele virá a ser para ti. Usa-o para o pecado ou para o ataque, que é o mesmo que pecado, e vê-lo-ás como pecaminoso. Porque é pecaminoso é fraco e, ao ser fraco, sofre e morre. Usa-o para trazer o Verbo de Deus àqueles que não O têm e o corpo torna-se santo. Por ser santo, não pode adoecer, nem pode morrer. Quando a sua utilidade finda, é posto de lado e isto é tudo. A mente toma esta decisão assim como toma todas as decisões que são responsáveis pela condição do corpo. Contudo, o professor de Deus não toma esta decisão sozinho. Fazê-lo seria dar ao corpo outro propósito além daquele que o mantém santo. A Voz de Deus vai dizer-lhe quando está cumprido o seu papel, tal como essa Voz lhe diz qual é a sua função. Ele não sofre nem por ir nem por ficar. Agora, a doença, para ele, é impossível. 6. A unicidade e a doença não podem coexistir. Os professores de Deus escolhem olhar para os sonhos durante algum tempo. É uma escolha consciente. Pois aprenderam que todas as escolhas são feitas conscientemente, com total conhecimento da suas conseqüências. O sonho diz o contrário, mas quem depositaria a sua fé em sonhos uma vez que foram reconhecidos pelo são? A consciência do sonhar é a função real dos professores de Deus. Eles observam as figuras dos sonhos a ir a vir, a deslocarem-se e a mudarem, a sofrerem e a morrerem. Apesar disso, não são enganados pelo que vêem. Reconhecem que contemplar uma figura de sonho como doente e separada não é mais real do que considerá-la saudável e bonita. Só a unidade não é coisa de sonhos. E é isso que os professores de Deus reconhecem por detrás do sonho, além de todas as aparências e ainda assim como algo que, com toda a certeza lhes pertence.

13. Qual será o significado real do sacrifício?

Embora, na verdade, o termo sacrifício não tenha qualquer significado, ele tem significado no mundo. Como todas as coisas no mundo, o seu significado é temporário e, em última instância, desaparecerá no nada de onde veio quando deixar de haver utilidade para ele. Agora, o seu significado real é uma lição. Como todas as lições é ilusão, uma vez que na realidade não há nada a aprender. No entanto, esta ilusão tem de ser substituída por um instrumento corretivo: uma outra ilusão que substitua a primeira, de modo a que ambas possam finalmente desaparecer. A primeira ilusão, que tem de ser descartada antes que um novo sistema de pensamento possa assumir o controle, é a de que desistir das coisas deste mundo é um sacrifício. O que poderia ser senão uma ilusão, se este mundo, em si mesmo, não passa de uma ilusão? 2. É necessária grande aprendizagem para reconhecer e aceitar o fato de que o mundo não tem nada para dar. O que pode significar o sacrifício do nada? Não pode significar que, por causa disso, venhas a ter menos. Do ponto de vista do mundo, não há sacrifício que não envolva o corpo. Pensa um pouco acerca daquilo a que o mundo chama sacrifício. Poder, fama, dinheiro, prazer, físico; quem é o herói a quem todas estas coisas acontecem? Poderiam significar alguma coisa a não ser para um corpo? No entanto, um corpo não é capaz de avaliar. Ao procurar estas coisas, a mente associa-se ao corpo, obscurecendo a sua identidade e perdendo de vista o que ela é. 3. Uma vez ocorrida esta confusão, torna-se impossível para a mente compreender que todos os «prazeres» do mundo não são nada. Mas que sacrifício - e é sacrifício, de fato! - tudo isto acarreta. Agora, a mente condenou-se a encontrar sem jamais encontrar, a ser para sempre insatisfeita e descontente, a não saber o que realmente quer encontrar. Quem pode escapar desta autocondenação? Somente através do Verbo de Deus isso poderia ser possível. Pois a autocondenação é uma decisão sobre a identidade e ninguém duvida do que acredita que é. Pode duvidar de todas as coisas, menos disso. 4. Os professores de Deus não podem sentir nenhum arrependimento em desistir dos prazeres do mundo. É sacrifício desistir da dor? Algum adulto se ressente quando desiste dos brinquedos de criança? Uma pessoa, cuja visão já vislumbrou a face de Cristo, acaso olha para trás, com saudade, para um matadouro? Ninguém que tenha escapado do mundo e de todos os seus males o encara com condenação, quando volta a olhar par ele. Mas, não pode deixar de se regozijar por estar livre de todos os sacrifícios que os valores do mundo exigiam dele. A eles, a pessoa sacrifica toda a sua paz. A eles, sacrifica toda a sua liberdade. E, para os possuir, tem de sacrificar a sua esperança do Céu e a memória do Amor do seu Pai. Quem, na sua mente sã escolhe nada em substituição de tudo? 5. Qual é o significado real do sacrifício? É o custo de se acreditar em ilusões. É o preço que tem de ser pago pela negação da verdade. Não há nenhum prazer mundano que não exija isso, pois, de outro modo, o prazer seria visto como dor e ninguém pede dor quando a reconhece. É a idéia de sacrifício que faz com que a pessoa fique cega. Ela não vê o que está a pedir. E, assim, procura isso de milhares de maneiras diferentes e em milhares de lugares, a cada vez acreditando que está lá e a cada vez desapontando-se, no final. «Procura mas não encontres» continua a ser o severo decreto deste mundo e ninguém, que persiga metas mundanas, pode fazer de outra forma. 6. Podes acreditar que este curso exige o sacrifício de tudo aquilo que realmente aprecias. Num certo sentido isto é verdadeiro, pois aprecias as coisas que crucificam o Filho de Deus, ao passo que o objetivo deste curso é libertá-lo. Mas não te enganes a respeito do que significa sacrifício. Significa, sempre, desistir do que queres. E o que é que, ó professor de Deus, tu queres? Foste chamado por Deus e respondeste. Sacrificarias agora esse Chamamento? Poucos o ouviram por enquanto e esses só podem voltar-se para ti. Não há nenhuma outra esperança no mundo inteiro em que possam confiar. Não há nenhuma outra voz no mundo inteiro que ecoe a de Deus. Se queres sacrificar a verdade, eles permanecem no inferno. E se eles permanecem, tu ficarás com eles. 7. Não te esqueças de que o sacrifício é total. Não existem meios-sacrifícios. Não podes desistir do Céu parcialmente. Não podes estar só um bocadinho no inferno. O Verbo de Deus não tem exceções. É isso que faz com que seja santo e além do mundo. É a sua santidade que aponta para Deus. É a sua santidade que faz com que tu estejas a salvo. Ele é negado se atacas qualquer irmão por qualquer motivo. Pois é aí que ocorre o rompimento com Deus. Um rompimento que é impossível. Um rompimento que não pode acontecer. No entanto, um rompimento no qual certamente vais acreditar porque estabeleceste uma situação impossível. E, nessa situação, o impossível pode parecer estar a ocorrer. Parece estar a ocorrer através do «sacrifício» da verdade. 8. Professor de Deus, não te esqueças do significado do sacrifício e lembra-te do que necessariamente significa, em termos de custo, cada decisão que tomas. Decide-te por Deus, e todas as coisas te são dadas sem qualquer custo. Decide-te contra Ele, e escolhes o nada ao preço da consciência de tudo. O que queres ensinar? Lembra-te, apenas, do que queres aprender. Porque é nisso que deve estar a tua preocupação. A Expiação é para ti. A tua aprendizagem reivindica-a e a tua aprendizagem dá-a. O mundo não contém a Expiação. Mas aprende este curso e ela é tua. Deus oferece-te o Seu Verbo, pois Ele tem necessidade de professores. Que outra maneira existe para salvar o Seu Filho?

14. Como será o fim do mundo?

É possível que o que não tem começo tenha, realmente, um fim? O mundo terminará numa ilusão, tal como começou. Porém, o seu fim será uma ilusão de misericórdia. A ilusão do perdão, completo, sem excluir ninguém, sem limites em gentileza, cobrirá o mundo, escondendo todos os males, ocultando todos os pecados e pondo fim à culpa para sempre. Assim termina o mundo que foi feito pela culpa, pois agora tal mundo não tem nenhum propósito e desapareceu. O pai das ilusões é a crença em que elas têm um propósito, que servem a alguma necessidade ou gratificam algo que se quer. Uma vez percebidas como não tendo propósito, deixam de ser vistas. Com o reconhecimento de que nenhum propósito lhes pode ser dado, as ilusões desapareceram. Como, a não ser deste modo, podem todas as ilusões ter fim? Elas foram trazidas à verdade e a verdade não as viu. Simplesmente deixou de ver o que não tem significado. 2. Até que o perdão seja completo, o mundo tem um propósito. Vem a ser o lar onde nasce o perdão, onde cresce tornando-se cada vez mais forte e mais abrangente. Aqui é nutrido, posto que aqui é necessário. Um Salvador gentil, nascido onde o pecado foi feito e a culpa parece real. Aqui é o Seu lar, pois aqui, de fato, Ele é necessário. Ele traz consigo o final do mundo. É ao Seu Chamamento que os professores de Deus respondem, voltando-se para Ele, em silêncio, de modo a receber o Seu Verbo. O mundo terminará quando todas as coisas nele tiverem sido corretamente julgadas pelo Seu Julgamento. O mundo terminará com a bênção da santidade sobre si. Quando não permanecer nenhum pensamento de pecado, o mundo acaba. Ele não será destruído, nem atacado, nem mesmo tocado. Simplesmente deixará de parecer que existe. 3. Certamente isto parece estar distante, muito distante. «Quando não permanecer nenhum pensamento de pecado» parece ser, de fato, um objetivo a muito longo prazo. Mas o tempo pára e aguarda pelo objetivo dos professores de Deus. Nenhum pensamento de pecado permanecerá no instante em que qualquer um deles aceitar a Expiação para si mesmo. Não é mais fácil perdoar um pecado do que perdoar todos os pecados. A ilusão da ordem de dificuldade é um obstáculo que o professor de Deus tem de aprender a ultrapassar e a deixar para trás. Um pecado perfeitamente perdoado por um professor de Deus pode tornar a salvação completa. És capaz de compreender isto? Não, isto não tem significado para qualquer um, nesse mundo. Entretanto, é a lição final na qual a unidade é restaurada. Vai contra todos os pensamentos do mundo, mas assim também é o Céu. 4. O mundo chegará ao fim quando o seu sistema de pensamento for completamente restaurado. Até lá, pedaços e restos desse pensamento ainda parecerão fazer sentido. A lição final, que traz o fim do mundo, não pode ser apreendida por aqueles que ainda não estão preparados para deixar o mundo e ir além do seu diminuto alcance. Qual é, então, a função do professor de Deus nesta lição conclusiva? Simplesmente tem de aprender como abordá-la, estar disposto a seguir nessa direção. Simplesmente tem de confiar que, se a Voz de Deus lhe diz que esta é uma lição que ele pode aprender, é porque é capaz de aprendê-la. Não a julga nem como difícil, nem como fácil. O Seu Professor aponta para ela e o professor de Deus confia em que Ele lhe mostrará como aprendê-la. 5. O mundo terminará em alegria, porque é um lugar de pesar. Quando a alegria tiver vindo, o propósito do mundo desvaneceu-se. O mundo terminará em paz, porque é um lugar de guerra. Quando a paz tiver vindo, qual é o propósito do mundo? O mundo terminará em riso, porque é um lugar de lágrimas. Quando há sorrisos, quem mais haverá de chorar? E somente o perdão completo traz tudo isto para abençoar o mundo. Ele parte em bênção, pois não terminará como começou. Fazer com que o inferno se transforme em Céu é a função dos professores de Deus, pois o que eles ensinam são lições nas quais o Céu está refletido. E agora, senta-te em verdadeira humildade e reconhece que tudo o que Deus quer que faças, tu és capaz de fazer. Não sejas arrogante e não digas que és incapaz de aprender o Seu próprio ensinamento. O Seu Verbo diz o contrário. Que a Sua Vontade seja feita. Não pode ser diferente. E sê grato por ser assim.

15. Cada um será julgado no final?

Será, sim! Ninguém pode escapar do Julgamento Final de Deus. Quem poderia fugir da verdade para sempre? Mas o Julgamento Final só virá quando deixar de ser associado com o medo. Um dia, cada um dar-lhe-á as boas-vindas e, nesse mesmo dia, o Julgamento Final ser-lhe-á dado. Cada um ouvirá a sua impecabilidade proclamada em todas as partes do mundo, libertando-o à medida em que recebe o Julgamento Final de Deus. Neste Julgamento está a salvação. Este é Julgamento que virá libertá-lo. Este é o Julgamento no qual todas as coisas são libertadas juntamente com ele. O tempo pára à medida em que a eternidade se aproxima e o silêncio cai sobre o mundo para que todos possam ouvir o seguinte Julgamento sobre o Filho de Deus: Tu és santo, eterno, livre e integro, para sempre em paz no coração de Deus.Onde está o mundo e onde está o pesar agora? 2. É este o teu julgamento sobre ti mesmo, professor de Deus? Acreditas que isto seja realmente verdadeiro? Não, ainda não, ainda não. Mas esta continua ser a tua meta, a razão pela qual estás aqui. A tua função é preparares-te para ouvir este Julgamento e reconhecê-lo como verdadeiro. No instante em que acredites completamente nisto transcenderás a crença e obterás a Certeza. Um instante fora do tempo pode trazer o fim do tempo. Não julgues, pois julgas apenas a ti mesmo e, assim, adias esse Julgamento Final. Qual é o teu julgamento do mundo, professor de Deus? Já aprendeste a ficar de lado a ouvir a Voz do Julgamento em ti mesmo? Ou ainda tentas roubar-Lhe o papel que Lhe é devido? Aprende a aquietar-te pois a Voz do Julgamento é ouvida na quietude. O Seu Julgamento vem a todos os que se põem de lado a escutar em quietude e a esperar por Ele. 3. Tu, que umas vezes estás triste e outras com raiva, que sentes que o que te é devido por vezes te é negado e que os teus melhores esforços esbarram na falta de apreciação e até no desprezo, abandona esses pensamentos tolos! São por demais pequenos e insignificantes para ocupar a tua mente santa, por mais um instante que seja. O Julgamento de Deus espera por ti para te libertar. O que pode o mundo oferecer-te, independentemente do teu julgamento sobre as dádivas mundanas que preferes possuir? Serás julgado e julgado em justiça e honestidade. Não há erro em Deus. As Suas promessas vêm com certeza. Lembra-te apenas disto. As Suas promessas garantiram que o Seu julgamento, e apenas o Seu, será aceito no final. É tua função fazer com que esse fim seja em breve. É tua função guardá-lo junto ao teu coração e oferecê-lo ao mundo todo para o manter a salvo.

16. Como o professor de deus deve passar seu dia?

Para o professor de Deus avançado, esta pergunta não tem significado. Não existe programa, porque as lições mudam a cada dia. O professor de Deus, porém, está certo de uma coisa: essas lições não mudam por acaso. Vendo isso e compreendendo que é verdadeiro, descansa contente. Ser-lhe-á dito tudo sobre qual deve ser o seu papel nesse dia e todos os dias. E aqueles que compartilham o seu papel encontrá-lo-ão, de modo que possam aprender as lições do dia juntos. Ninguém que lhe seja necessário está ausente, ninguém é enviado sem um objetivo de aprendizagem já determinado e que possa ser aprendido naquele dia. Para o professor de Deus avançado, então, esta pergunta é supérflua. Foi perguntada e respondida, e ele mantém-se em permanente contato com a Resposta. Ele está no seu lugar e vê a estrada, na qual caminha, desdobrar-se, segura e suave, à sua frente. 2. Mas, e aqueles que não alcançaram a certeza do professor de Deus? Eles não estão prontos, ainda, para essa sua própria falta de estrutura. O que precisam fazer para dar o dia a Deus? Existem algumas regras gerais que se aplicam, muito embora cada um deva usá-las da melhor forma possível, à sua própria maneira. As rotinas, enquanto tais, são perigosas porque rapidamente se tornam deusas por seu próprio direito, ameaçando aquelas mesmas metas em nome das quais foram estabelecidas. De um modo geral, então, pode dizer-se que é bom começar o dia acertadamente. É sempre possível começar de novo, caso o dia comece com um erro. No entanto, são óbvias as vantagens em termos de economia de tempo. 3. No início, é sábio pensar em termos de tempo. Este não é, de modo algum, o critério absoluto, mas, inicialmente, é provável que seja o mais simples de se observar. A economia de tempo, nas fases iniciais, é uma ênfase essencial e, embora ao longo do processo de aprendizagem continuar a ser importante, vai sendo cada vez menos enfatizada. No início pode dizer-se com segurança que dedicar algum tempo a começar o dia acertadamente, de fato, economiza tempo. Quanto tempo se deve gastar, pois nessa atividade? Isso tem de depender do próprio professor de Deus. Ele não pode reivindicar este título enquanto não tiver terminado o Livro de Exercícios, uma vez que estamos a aprender dentro da estrutura do nosso curso. Depois de terminados os períodos de prática mais estruturada que o Livro de Exercícios contém, a necessidade individual passa a ser a consideração mais importante. 4. Este curso é sempre prático. Pode acontecer que o professor de Deus, ao acordar, não esteja numa situação que lhe favoreça pensar em quietude. Se é esse o caso, que se lembre, apenas, que está a escolher passar o seu tempo com Deus o quanto antes e, portanto, que o faça. A duração não é a maior preocupação. É fácil uma pessoa ficar sentada uma hora, de olhos fechados, e não realizar nada. Do mesmo modo, pode facilmente dar-se a Deus um instante apenas e, nesse instante, unir-se completamente a Ele. Talvez a única generalização que se possa fazer seja esta: o mais cedo possível, depois de despertar, toma para ti, algum tempo de quietude, continuando assim um minuto ou dois a mais depois de começares a achar isso difícil. Pode descobrir que a dificuldade vai diminuir e desaparecer. Se não, esse será o momento de parar. 5. O mesmo procedimento deve ser seguido à noite. Talvez o teu tempo de quietude deva ser no começo da noite, no caso de não te ser viável conseguir fazê-lo antes de dormir. Não é sábio deitares-te para fazer isto. É melhor sentares-te, na posição que preferires. Tendo completado o Livro de Exercícios, tens que ter chegado a algumas conclusões a este respeito. Se possível, porém, o tempo imediatamente anterior ao momento de dormir é um momento que se deseja dedicar a Deus. Ele coloca a tua mente num padrão de descanso que te orienta para longe do medo. Se, para ti, for mais conveniente fazer mais cedo essa dedicatória, pelo menos assegura-te de não te esqueceres, por um breve momento - não é preciso mais do que um momento - de fechar os olhos e pensar em Deus. 6. Há um pensamento, em particular, que deve ser lembrado durante o dia. É um pensamento de pura alegria, um pensamento de paz, um pensamento de libertação sem limites, pois nele todas as coisas são libertadas. Pensas que fizeste um lugar seguro para ti mesmo. Pensas que fizeste um poder que te pode salvar de todas as coisas assustadoras que vês em sonhos. Não é nisso que está a tua segurança. Desistes apenas da ilusão de proteger ilusões. E é isto que temes, apenas isto. Que tolice ter tanto medo de nada! Absolutamente nada! As tuas defesas não funcionarão, mas não estás em perigo. Não tens necessidade delas. Reconhece isso e elas desaparecerão. E só então aceitarás a tua proteção real. 7. Como é simples e fácil a passagem do tempo para o professor de Deus que aceitou a proteção de Deus! Tudo o que fez antes, em nome da segurança, não lhe interessa mais. Pois está a salvo e sabe que é assim. Ele tem um Guia que não falhará. Não precisa de fazer distinções entre os problemas que percebe, pois Aquele para Quem se volta com todos esses problemas, não reconhece ordem de dificuldade para os resolver. Ele está tão seguro no presente quanto estava, antes das ilusões serem aceites na sua mente, e como estará quando as tiver deixado partir. Não há diferenças no seu estado em momentos diferentes e em locais diferentes, porque, para Deus, todos são um. Esta é a segurança do professor de Deus. E não necessita de nada mais do que isto. 8. No entanto, existirão tentações ao longo do caminho pelo qual o professor de Deus tem ainda de viajar e, ao longo do dia, terá necessidade de recordar, a si mesmo, a sua proteção. Como poderá fazer isto, particularmente nos momentos em que a sua mente está ocupada com coisas externas? Ele não pode fazer outra coisa senão tentar, e o seu sucesso depende da sua convicção de que terá sucesso. Ele tem de estar certo de que o sucesso não lhe pertence, mas que lhe será dado a qualquer momento, em qualquer lugar e circunstância em que chamar por ele. Haverá ocasiões em que a sua certeza vacilará e, no instante em que isso ocorrer, voltará às tentativas anteriores de depositar a confiança só em si mesmo. Não te esqueças de que isso é magia e a magia é um triste substituto para a verdadeira assistência. Não é suficientemente bom para o professor de Deus, pois não é suficientemente bom para o Filho de Deus. 9. Evitar a magia é evitar a tentação. Pois qualquer tentação não é nada mais do que a tentativa de substituir a Vontade de Deus por outra. Essas tentativas podem, de fato, parecer assustadoras, embora sejam apenas patéticas. Não podem surtir nenhum efeito, nem bom nem mau, nem recompensador nem que exija sacrifício, nem curativo nem destrutivo, nem tranqüilizador nem assustador. Quando a magia é, simplesmente, reconhecida como nada, o professor de Deus alcançou o grau mais avançado. Todas as lições intermediárias levam apenas a isso e trazem essa meta para mais perto do reconhecimento. Pois qualquer tipo de magia, qualquer que seja a forma que assuma, simplesmente, não faz nada. Não tem poder, sendo por isso que é tão fácil escapar-lhe. O que não tem efeito dificilmente pode aterrorizar. 10. Não há nenhum substituto para a Vontade de Deus. Em termos simples, é a este fato que o professor de Deus dedica todo o seu dia. Qualquer substituto que resolva aceitar como real só poderá enganá-lo. Mas está a salvo de qualquer mal-entendido, se assim decidir. Talvez tenha necessidade de lembrar «Deus está comigo. Não posso ser enganado». Talvez prefira outras palavras, uma apenas uma, ou nenhuma. No entanto, qualquer tentação de aceitar a magia como verdadeira tem de ser abandonada através do seu próprio reconhecimento, não por ela ser assustadora, não por ser pecaminosa, não por ser perigosa, mas, simplesmente, por não ter significado. Como a magia se enraíza no sacrifício e na separação, dois aspectos de um único erro e nada mais, o professor de Deus limita-se a abdicar do que nunca teve. E, por este «sacrifício», o Céu é restaurado na sua consciência. 11. Não queres fazer esta troca? O mundo fá-la-ia com contentamento se soubesse que poderia ser feita. São os professores de Deus que têm de ensinar ao mundo que isso é possível. E, assim, a sua função é assegurarem-se de que eles próprios a aprenderam. Não há risco possível ao longo do dia a não ser o de colocares a tua confiança na magia, pois apenas isso conduz à dor. «Não há outra vontade senão a de Deus». Os Seus professores sabem que assim é, e aprenderam que tudo o mais não passa de magia. Qualquer crença na magia é mantida apenas por uma única ilusão simplória - a de que a magia funciona. No decorre do seu treino, a cada dia e a cada hora e até mesmo a cada minuto e segundo, os professores de Deus têm de aprender a reconhecer as formas de magia e a perceber que não têm significado. O medo é retirado dessas formas e, assim, eles prosseguem. E, deste modo, a porta do Céu é reaberta e a sua luz pode brilhar mais uma vez sobre uma mente imperturbada.

17. Como os professores de Deus lidam com pensamentos mágicos?

Como é que os professores de Deus lidam com os pensamentos mágicos? 1. Esta é uma questão crucial tanto para o professor de Deus como para o aluno. Se este assunto for tratado incorretamente, o professor de Deus fere-se a si mesmo e também ataca o seu aluno. Isto fortalece o medo e faz com que a magia pareça bastante real para ambos. Assim, como lidar com a magia vem a ser uma lição fundamental que o professor de Deus deve dominar. A sua primeira responsabilidade em relação a isto é não a atacar. Se um pensamento mágico faz surgir qualquer forma de raiva, o professor de Deus pode estar certo de que está a dar força à sua própria crença no pecado, tendo-se condenado a si mesmo. Também pode estar certo de que está a pedir que a depressão, a dor, o medo e o desastre venham até ele. Que se lembre, então, de que não é isso que quer ensinar, pois não é isso o que quer aprender. 2. Há, porém, uma tentação de responder à magia através de uma forma que a reforça. E isto nem sempre é óbvio. De fato, pode ocultar-se facilmente sob um desejo de ajudar. É esse desejo duplo que faz com que a ajuda seja de pequena valia e não possa deixar de produzir resultados indesejados. Também não se deve esquecer que o resultado sempre virá, tanto para o professor como para o aluno. Quantas vezes já foi enfatizado o fato de que só dás a ti mesmo? E onde é que isto poderia ser melhor demonstrado do que nos tipos de ajuda que o professor de Deus dá a quem necessita do seu auxílio? Aqui, a sua dádiva é dada a ele próprio da maneira mais clara possível. Pois ele dará somente o que escolheu para si mesmo. E, nessa dádiva, está o seu julgamento sobre o Filho santo de Deus. 3. É mais fácil deixar que o erro seja corrigido onde é mais aparente, uma vez que os erros podem ser reconhecidos pelos seus resultados. Uma lição verdadeiramente ensinada só pode levar à libertação do professor e do aluno, os quais compartilham uma só intenção. O ataque só pode ocorrer se a percepção de metas separadas já tiver ocorrido. E, de fato, é isso que não pode deixar de ter acontecido se o resultado for qualquer outra coisa que não alegria. O objetivo único do professor orienta a meta dividida do aluno numa única direção, pelo que o pedido de ajuda torna-se o único apelo do aluno. Então, isto é facilmente respondido com uma única resposta, a qual não falhará em vir à mente do professor. Desde aí, ela brilha na mente do seu aluno, fazendo com que seja una com a sua. 4. Talvez seja útil lembrar que ninguém pode ter raiva de um fato. É sempre uma interpretação que faz surgir emoções negativas, independentemente da sua aparente justificação pelo que parecem ser os fatos. Independentemente, também, da intensidade da raiva provocada. Pode ser apenas uma leve irritação, talvez leve demais para ser claramente reconhecida. Ou também pode tomar a forma de intensa ira, acompanhada de pensamentos de violência, fantasiados ou aparentemente encenados. Não importa. Todas essas reações são a mesma. Obscurecem a verdade, e isso nunca pode ser uma questão de grau. A verdade ou é aparente ou não é. Não pode ser parcialmente reconhecida. Aquele que não está ciente da verdade não pode deixar de contemplar ilusões. 5. A raiva, enquanto resposta aos pensamentos mágicos percebidos, é uma causa básica do medo. Considera o que significa esta reação, e logo passa a ser aparente a sua posição central no sistema de pensamento do mundo. Um pensamento mágico, pela sua simples presença, demonstra que houve uma separação de Deus. Declara, da forma mais clara possível, que a mente que acredita ter uma vontade capaz de se opor à Vontade de Deus, acredita igualmente que pode ter sucesso. É óbvio que isto dificilmente pode ser um fato. Entretanto, é igualmente óbvio que se pode acreditar nisto como sendo um fato. E aqui está o berço da culpa. Quem usurpa o lugar de Deus e o toma para si, engendra um «inimigo» mortal. E tem de ficar sozinho para se proteger e fazer um escudo para si mesmo, a fim de se resguardar de uma fúria que nunca poderá ser abatida e de uma vingança que jamais poderá ser satisfeita. 6. Como é possível que esta batalha desigual seja resolvida? O seu fim é inevitável, pois o resultado tem de ser a morte. Como é que, então, se pode acreditar nas suas defesas? Mais uma vez, a magia precisa de dar uma ajuda: esquece a batalha. Aceita-a como um fato e, depois, esquece-a. Não te lembres do que te pode acontecer. Não te lembres da imensidão do «inimigo» e não penses na tua fragilidade em comparação com ela. Aceita a tua separação, mas não te lembres de como surgiu. Acredita que a venceste, mas não retenhas a mais leve lembrança de Quem realmente é o grande «oponente». Ao projetares o teu «esquecimento» Nele, tens a sensação de que Ele também se esqueceu. 7. Mas, uma vez chegados a este ponto, qual será a tua reação a todos os pensamentos mágicos? Eles só podem redespertar a culpa adormecida, que ocultaste, mas não soltaste. Cada um deles diz claramente à tua mente assustada: «Tu usurpaste o lugar de Deus. Não penses que Ele se esqueceu». Aqui temos o medo de Deus mais nitidamente representado. Pois neste pensamento, a culpa já ergueu a loucura ao trono do próprio Deus. E, agora, não há nenhuma esperança. A não ser matar. Eis aqui, pois, a salvação. Um pai enraivecido persegue o seu filho culpado. É Matar ou ser morto, dado que a escolha está apenas nisso. Além desta, não há outra, já que o que foi feito não pode ser desfeito. A mancha de sangue jamais poderá ser removida e qualquer um que carregue essa mancha em si mesmo não pode deixar de encontrar a morte. 8. Ao encontro desta situação sem esperança, Deus envia os Seus professores. Eles trazem a luz da esperança do próprio Deus. Há um caminho através do qual é possível escapar. Tal caminho poder aprendido e ensinado, mas isso requer paciência e disponibilidade em abundância. Quando isto é dado, a simplicidade manifestada na lição destaca-se como uma intensa luz branca contra um horizonte negro, pois é isso que ela é. Se a raiva decorre de uma interpretação e não de um fato, ela nunca é justificável. Uma vez isto percebido, mesmo que vagamente, o caminho está aberto. Agora, é possível dar o passo seguinte. A interpretação pode ser mudada, afinal. Pensamentos mágicos não têm de levar à condenação, uma vez que, realmente, não têm o poder de fazer surgir a culpa. E, assim, podem não ser vistos e, portanto, verdadeiramente esquecidos. 9. A loucura apenas parece terrível. Na verdade, não tem poder para fazer seja o que for. Tal como a magia, que vem a ser a sua serva, a loucura não ataca nem protege. Vê-la e reconhecer o seu sistema de pensamento é olhar para o nada. Pode o nada fazer surgir a raiva? Dificilmente. Lembra-te, então, professor de Deus, de que a raiva veicula uma realidade que não existe; no entanto, a raiva testemunha claramente que a consideras como um fato. Agora, escapar é impossível até que vejas que respondeste à tua própria interpretação, a qual projetaste sobre o mundo exterior. Permite que esta espada sombria seja afastada de ti, agora. A morte já não existe. Esta espada não existe. Não há causa para o medo de Deus. Mas o Seu Amor é a Causa de todas as coisas que estão para além do medo e, assim, para sempre real e para sempre verdadeiro.